| 06/10/2008 03h44min
Assim como Zico na década de 70, Nilmar no Beira-Rio e Carlos Eduardo há pouco tempo no mesmo Olímpico, Douglas Costa passou por trabalho em laboratório para crescer. Entre agosto de 2005 e setembro de 2008, aumentou 15 centímetros e ganhou 21 quilos. Há três anos, os preparadores físicos, os fisiologistas e a nutricionista do Grêmio elaboraram o trabalho especial, que incluía sessões de musculação e uma dieta balanceada e suplementação à base de aminoácidos (proteínas). Segundo o preparador físico Luciano Ilha, hoje 49,6% de sua composição corporal é de músculos – índice de atletas de alto rendimento. O percentual de gordura é de 10%.
17/8/2005 |
14 anos e 11 meses |
1m57cm e 43 quilos |
26/9/2008 |
18 anos |
1m72cm e 64 quilos |
A torcida elegeu Douglas em primeiro turno. Mas, por enquanto, as virtudes que encantaram no 2 a 1 sobre o Botafogo, sábado, são insuficientes para assegurar um lugar no time. Sua escalação contra o Santos, quarta-feira, só está confirmada porque Tcheco cumprirá mais um jogo de suspensão.
Preparado para avalanche de perguntas sobre o meia, autor de um gol em sua estréia, Celso Roth avisou que ele passará por um processo “didático” até se firmar. Em outras palavras, Douglas entrará no time aos poucos, em
brechas provocadas por lesões e suspensões. Foi assim sábado. Não fosse a ausência de Tcheco, Orteman e Souza, Douglas sequer teria sido relacionado
para o jogo.
— A pressão externa é fortíssima, mas o torcedor tem que ter calma. Douglas ainda nem começou a jogar e já se quer colocar tudo lá na frente. Tcheco é o titular — avisou Roth.
Ainda assim, o técnico não deixou de reconhecer a qualidade do guri, sobretudo a criatividade e os dribles.
— Fez alguns passes em lances que só ele conseguia enxergar — elogiou.
Sábado, Douglas esteve em campo por 66 minutos com a camisa 32 às costas. Mostrou personalidade de veterano: cobrou todos os escanteios e faltas, fez dois lançamentos para Mattioni e ainda recuou para marcar. Quando driblou na frente da área e perdeu, levou uma dura de Roth.
— Ele me disse para não tentar jogadas de efeito perto do nosso gol — contou o jogador depois da partida.
No intervalo, Douglas trocou as chuteiras azuis por um par laranja. As escolhidas no vestiário antes do jogo “resvalavam demais
na grama”. Depois de tanto correr, marcar e levar o time à frente, saiu
de campo de maca, com cãibras. No trajeto até o vestiário, ouviu aplausos da torcida.
— Ainda tenho muito que aprender. Melhorar a parte tática, definir mais as jogadas — ressalvou.
O meia, que cumpre a pé o trajeto da casa dos pais, no Menino Deus, até o Olímpico, não se acha diferenciado.
— Craques, só Souza e Tcheco. Só estou aqui para ajudar — observou.
Douglas marcou o primeiro gol no sábado e confirmou expectativas criadas em torno do seu nome
Foto:
Valdir Friolin
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