| 23/09/2008 16h40min
O Canal Plus exibiu, nesta segunda-feira, um programa sobre a decadência de Ronaldinho Gaúcho no Barcelona. Vários dirigentes do clube foram entrevistados, além do brasileiro Edmílson, e um motivo foi apontado com unanimidade para a má fase do craque: os falsos amigos. O presidente do clube, Joan Laporta, chegou a dizer que o atleta era cercado de pessoas, porém estava sozinho.
Para o zagueiro Edmílson, que jogou com Ronaldinho no Barcelona e na Seleção Brasileira, faltou ajuda das pessoas que queriam bem ao ex-camisa 10 do time catalão.
– Talvez os membros do clube, médicos, fisioterapeutas, diretores, presidente e nós, jogadores, poderiam ter dado algo a mais para ajudá-lo, porque no Barcelona havia muita gente que queria o seu mal, e ele não teve força de vontade para se afastar dessas pessoas – afirmou, segundo a Agência Ansa.
Joan Laporta, presidente do clube, põe a culpa dos problemas do craque no “excesso de badalação”.
– Fizemos uma reunião com ele e ouvimos o que tinha a dizer. Ele nos disse que queria seguir jogando e voltar a ser o melhor. Confiamos nele, porque acreditávamos em seu potencial e sempre fomos muito agradecidos por tudo o que ele fez aqui. Mas depois ficou evidente que, de tanta gente que tinha ao seu redor, Ronaldinho na verdade estava absolutamente sozinho – revelou.
O ex-funcionário do Barcelona Juan José Castillo, que durante anos foi a pessoa que esteve mais perto de Ronaldinho, concorda com Laporta.
– Chegou um ponto em que ele se deu conta de que sua vida não lhe pertencia mais. Quando sua agenda passa a ser administrada por 50 pessoas e 10 multinacionais, é normal que aconteça isso. Ele ficou mais cabisbaixo e mudou a postura. Desligou-se dos amigos de sempre, porque éramos nós quem dávamos broncas nele, dizíamos que o que ele fazia estava errado, mas ele preferia se cercar de gente que dissesse apenas como ele era bonito e alto – declarou.
O secretário técnico do Barça, Txiki Begiristain, acredita que o desempenho de Ronaldinho começou a piorar na Copa do Mundo de 2006, quando a Seleção Brasileira – favorita ao título - foi eliminada nas quartas-de-final pela França. O time foi duramente criticado, principalmente o quarteto Ronaldo/Adriano/Kaká/Ronaldinho Gaúcho.
– Já naquele momento vimos que ele estava falhando em alguns detalhes. Não se dedicava mais tanto quanto antes, machucava-se, sofria pequenas lesões e cada vez mais era difícil para ele voltar da seleção – salientou o dirigente.
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