| 26/07/2008 19h22min
Primeiro colocado do Brasileirão, segundo melhor ataque e defesa menos vazada, o Grêmio também mostra eficiência no "Campeonato do Balancete", expressão cunhada pelo ex-presidente Flávio Obino. Entre os principais clubes da competição, é o que menos gasta com salários de jogadores: cerca de R$ 1 milhão por mês.
Trata-se de um valor modesto frente aos mais de R$ 3 milhões investidos pelo Palmeiras, adversário deste domingo no Olímpico. No mesmo nível estão Inter, São Paulo e Flamengo, donos dos grupos mais caros do país. Só com o técnico Wanderley Luxemburgo e seus auxiliares, a direção palmeirense aplica R$ 700 mil.
No Fluminense, Washington custa entre R$ 200 e R$
300 mil a cada 30 dias. Centroavante do São Caetano na Série
B, Finazzi recebe R$ 75 mil, contra R$ 50 mil de Tcheco. E Nilmar marca gols em troca de R$ 170 mil no Beira-Rio.
— Futebol também se faz com criatividade. Nem sempre o jogador mais caro traz o melhor resultado — analisa o vice de futebol do Grêmio, André Krieger.
Além da busca por bons negócios — como o goleiro Victor e seus vencimentos de R$ 15 mil — , Krieger explica que o aproveitamento de jovens da base ajuda a enxugar gastos. Willian Magrão, Léo, Anderson Pico e Rafael Carioca, todos com ganhos inferiores a R$ 15 mil, são exemplos.
Isso não significa, porém, só contratações modestas: emprestado pelo PSG, o meia Souza tem salário na casa dos três dígitos — ganhava pouco menos de R$ 200 mil na França.
Entre os líderes do Brasileirão, só o Vitória investe menos que o Grêmio. Com folha de R$ 650 mil, surpreende ao ocupar a terceira posição. Com pouco, faz melhor do que o vice-lanterna Santos e seus R$ 2,3 milhões mensais —
eram R$ 3,8 milhões em 2007, com Luxemburgo e Zé
Roberto.
A comparação se aplica também ao Vasco. Há menos de um mês em São Januário, o presidente Roberto Dinamite garante ainda não saber o custo exato com jogadores. Mas arrisca algo em torno de R$ 2 milhões.
— Nosso maior salário não ultrapassa R$ 100 mil — explica, citando Edmundo e Leandro Amaral.
Gasto do futebol no Olímpico surpreendeu dirigente carioca
Em 10º no Brasileirão, o Botafogo gasta o mesmo R$ 1,5 milhão do Atlético-MG e adota teto semelhante ao do Vasco: R$ 80 mil. Informado sobre os números do Olímpico, o assessor de futebol Ricardo Rotenberg mostrou surpresa e parabenizou o Grêmio. Ainda assim, disse preferir reforços de peso como Carlos Alberto, do Werder Bremen (um parceiro paga ao Botafogo metade dos R$ 150 mil mensais pelo empréstimo).
— Não dá para investir pouco. É um luxo ter o Gil (atacante emprestado pelo Inter) para entrar no segundo tempo — sustenta.
Esta
receita, porém, nem sempre dá certo. Krieger relembra um episódio ruim para
os gremistas e que, de certa forma, valoriza a política atual de futebol. A época era da parceria com a extinta multinacional suíça ISL:
— Em 2000 tínhamos um time milionário e perdemos o Gauchão para o Caxias.
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