| 03/06/2008 10h40min
O inglês Max Mosley, presidente da FIA, continuará no comando da entidade máxima do automobilismo. Nesta terça-feira, em Paris, ele recebeu um voto de confiança das federações nacionais, em assembléia extraordinária convocada após o escândalo sexual envolvendo o dirigente, publicado no início de abril. Por 103 votos a 55, com sete abstenções e quatro nulos, Mosley teve aprovada sua permanência no cargo até outubro de 2009, quando chega ao fim seu quarto mandato à frente da federação.
A Federação Alemã (ADAC), maior organização automobilística da Europa, reagiu à votação rompendo relações com a FIA.
"Continuaremos assim enquanto Max Mosley estiver no cargo de presidente", disseram os alemães em nota oficial.
Os norte-americanos também reagiram com protestos.
"Este é um dia muito triste para a FIA. Ainda precisamos considerar se continuaremos nos relacionando com uma entidade que é condescendente com esse tipo de comportamento",
afirmou Robert Darbelnet, delegado dos Estados
Unidos na assembléia.
O escândalo envolvendo Max Mosley começou quando o tablóide inglês News of The World publicou vídeos e fotos do dirigente em um apartamento com prostitutas. O episódio foi classificado pela imprensa inglesa como uma "orgia sadomasoquista com conotação nazista". O pai de Max, Edward Mosley, foi presidente da maior organização fascista britânica, e era amigo de Adolf Hitler. O fato repercutiu de forma imediata na Fórmula-1, com equipes e outros dirigentes — notadamente Bernie Ecclestone, dono dos direitos comerciais da categoria — pedindo a saída do presidente da FIA.
À frente da entidade desde 1994, o inglês disse em carta dirigida a todos os donos de escuderias que não renunciaria ao cargo, como pediram presidentes de equipes, federações e até o chefão da Fórmula-1, Bernie Ecclestone.
"Se a Assembléia Geral estiver de acordo, continuarei até outubro de 2009 deixando quase toda a representação pública da FIA aos dois
vice-presidentes. Isto me dará o tempo
necessário para avançar nas negociações atuais e para continuar com os procedimentos legais que iniciei contra aqueles que causaram tantos inconvenientes", disse na carta.
Mesmo com a decisão pelo voto de confiança, é difícil que Mosley mantenha-se no cargo por mais um mandato, depois de outubro de 2009. Antes mesmo do escândalo, o inglês, de 68 anos, já falava em deixar o comando da FIA.
Max Mosley se envolveu em um episódio classificado como uma "orgia sadomasoquista com conotações nazistas"
Foto:
Frank May, EFE
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