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 | 20/03/2008 10h35min

Ativistas planejam atos contra governo chinês durante os Jogos

Organizações querem chamar atenção para o conflito na região de Darfur, no Sudão

No que depender de um grupo de ativistas, os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 não passarão sem polêmica. Dois membros da organização “Sonho de Darfur”, que vivem nos Estados Unidos, avisaram nesta quinta-feira que a entidade planeja realizar protestos contra o governo chinês durante a realização do evento, com o objetivo de chamar a atenção do mundo para os conflitos na região e criticar o apoio dado pelo China ao governo do Sudão.

– Nós planejamos alguns atos durante os Jogos, em Pequim – disse o diretor-executivo da organização, Jill Savitt, que não quis revelar detalhes dos protestos “por medo de não poderem concretizar todos os eventos”.

Para a organização, a China é uma aliada diplomática do Sudão e um de seus principais clientes na área petrolífera. A entidade quer que os chineses pressionem o governo sudanês para por fim aos conflitos em Darfur. O grupo pede aos patrocinadores olímpicos, na maioria empresas multinacionais, que pressionem Pequim para tomar alguma medida. Caso contrário, prometem fazer piquetes em frente a suas sedes ou outro tipo de manifestações.

Outro grupo ativista, o “Salve Darfur” apóia a iniciativa e diz que as recentes afirmações de Pequim de que tem tentado colaborar com o processo de paz não correspondem à realidade. Os dois grupos acusam a China, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de dificultar as iniciativas que poderiam levar a paz e também de favorecer o fornecimento de armas em Khartum.

– As ações da China, mais que as ações de qualquer outro país além do Sudão, têm facilitado as atrocidades em Darfur. Nos últimos cinco anos, todas as ações da China apoiaram o governo em Khartum – afirma a entidade.

Há uma semana, um porta-voz do governo chinês negou que o país tivesse violado o embargo das Nações Unidas ao fornecimento de armas para o Sudão. Segundo uma reportagem, a China seria responsável pelo fornecimento de 90% das armas de pequeno calibre que entraram no país africano entre os anos de 2004 e 2006.

Desde 2002, estima-se que mais de 200 mil pessoas morreram em Darfur e outras 2,5 milhões tiveram de abandonar a região por causa da violência. O conflito acontece entre rebeldes africanos e tropas governamentais com o apoio de milícias árabes.

GAZETA PRESS
Josh Reynolds, AP  / 

Manifestantes em Boston, nos Estados Unidos, pedem intervenção no conflito de Darfur
Foto:  Josh Reynolds, AP


Especial Pequim 2008

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