| 11/03/2008 16h05min
Organismos de segurança da Venezuela investigavam hoje a identidade de uma pessoa ferida por arma de fogo que está internada em um hospital em uma localidade fronteiriça com a Colômbia desde sábado e que, segundo a imprensa local, pode ser um líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O general Jesús González, chefe do Comando Operacional das Forças Armadas, disse ao canal estatal Venezolana de Televisión que a Direção de Inteligência Militar (DIM) e a Polícia de Segurança do Estado (Disip) são as encarregadas de descobrir a identidade da pessoa hospitalizada em Rubio.
— Nesta mesma tarde poderíamos ter a identidade definitiva das duas pessoas, da ferida e da que a acompanhou, que não estava ferida — apontou.
A Guarda Nacional venezuelana fechou o cerco em torno da clínica onde as duas pessoas se encontram.
— Dispôs-se imediatamente a custódia do centro médico, porque se esta pessoa ferida for de um corpo como
os paramilitares ou a guerrilha, é provável que
pudessem ir até a clínica para tentar resgatá-lo, com o risco que isto representa para os médicos, aos doentes, às enfermeiras e ao resto do pessoal", declarou.
González confirmou que o ferido deu entrada no sábado passado e disse que seu acompanhante apresentou documentos falsos quando foi pedido seus nomes. Segundo o general, o acompanhante afirmou inicialmente que as lesões foram provocadas em um acidente de moto, mas os médicos perceberam que se tratava de um ferimento à bala e, por isso, avisaram às autoridades. González ressaltou que a encarregada do caso foi a promotora militar Liliana González.
Além da identidade do ferido, falta esclarecer onde e em que circunstâncias foi baleado e como chegou até a clínica de Rubio, 850 quilômetros ao sudoeste de Caracas, perto da divisa com a Colômbia.
A imprensa venezuelana levantou hoje a possibilidade de que o ferido seria o dirigente das Farc Milton de Jesús Toncel, apelidado de "Joaquín Gómez" ou
"Usuriaga", considerado o chefe do
Bloco Sul desse grupo guerrilheiro.
As Farc anunciaram no início do mês que "Joaquín Gómez" foi nomeado para o posto no Secretariado da guerrilha que ocupava Luis Edgar Devia, "Raúl Reyes", que foi morto em 1º de março por tropas colombianas que atacaram o acampamento no qual se encontrava no Equador, o que gerou uma grave crise diplomática na região.
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