| 03/03/2008 03h12min
O governo da Colômbia disse, neste domingo, que tem em seu poder documentos que comprometem o governo do presidente equatoriano, Rafael Correa, por envolvimento com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Diretor da Polícia da Colômbia, o general Oscar Naranjo afirmou que a informação foi encontrada em um computador apreendido do porta-voz internacional e número dois das Farc, Raúl Reyes, morto no sábado em território equatoriano.
Inicialmente, o governo colombiano disse ter informação do histórico do secretariado das Farc, após uma primeira análise do material apreendido de Reyes. Naranjo afirmou que em um documento, elaborado por Reyes e dirigido ao comando das Farc, detalha-se que o ministro de Segurança do Equador, Gustavo Larrea, em nome do presidente do Equador, tem o interesse de oficializar as relações com a direção das Farc.
Esse documento também diria que o governo do presidente Correa se compromete a substituir os comandantes policiais e militares
nas zonas equatorianas
onde estão as Farc. Acrescentaria, ainda, que a política equatoriana é de se negar a participar do conflito interno vivido pela Colômbia e que o país se ofereça para ajudar na troca humanitária de reféns das Farc por guerrilheiros presos.
Segundo Naranjo, no documento se solicita ao máximo chefe das Farc, Manuel Marulanda, conhecido como Tirofijo, uma contribuição que impulsione a gestão de Correa na troca humanitária, que poderia ser entregar a seu governo o filho de um professor de sobrenome Moncayo, em poder dos rebeldes há mais de 10 anos.
Em outro documento, datado em 18 de janeiro e também escrito por Reyes, deixa-se entrever que o ministro equatoriano Larrea teve contatos diretos com esse chefe da guerrilha. De acordo com Naranjo, os documentos comprometem a segurança da Colômbia e é o Equador que tem que dar explicações claras e contundentes.
O diretor da Polícia colombiana prometeu para as próximas horas novas revelações dos vínculos do
Governo equatoriano com as Farc.
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