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 | 27/01/2008 19h

Olmert garante que Gaza receberá ajuda humanitária

Há duas semanas, território palestino enfrenta bloqueio

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, garantiu hoje ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas — em reunião realizada em Jerusalém —, que Israel não permitirá que ocorra uma crise humanitária na Faixa de Gaza.

A situação no território, controlado pelo movimento islâmico Hamas e habitado por cerca de 1,5 milhão de palestinos, foi tema de boa parte do quarto encontro dos dois líderes desde a retomada, em dezembro, das negociações de paz. A reunião, ocorrida na residência oficial do primeiro-ministro israelense, aconteceu depois que milicianos palestinos derrubaram a barreira fronteiriça em Gaza, dando início à passagem de uma avalanche humana que cruzou o território egípcio.

Olmert e Abbas tentam manter o processo de paz após várias crises no último mês que, no entanto, não impediram que o diálogo continue entre as partes. Israel lançou operações militares, bloqueando as passagens fronteiriças e impedindo o fluxo de combustível e a ajuda médica à Gaza, em represália aos incessantes ataques contra seu território, somando-se agora a questão da reabertura da fronteira sob o controle do Hamas.

— Os dirigentes analisaram profundamente a situação na Faixa de Gaza — explicou o porta-voz do chefe do Governo israelense, David Baker, que afirmou que Olmert assegurou a Abbas que Israel impedirá que ocorra uma crise humanitária.

O porta-voz não soube precisar se Israel permitirá que a população civil de Gaza receba mais ajuda, mas o executivo israelense fornecerá, de forma regular, combustível industrial para a única central de eletricidade, como informou hoje a Procuradoria Geral do Estado.

Durante a reunião, Olmert e Abbas estudaram também as vias para que o processo de paz avance, embora a questão das passagens fronteiriças em Gaza não tenha sido abordada, pois o presidente palestino pretende analisá-la quarta-feira com o dirigente egípcio, Hosni Mubarak, acrescentou o porta-voz israelense.

A reunião durou mais de duas horas e contou, no início, com a participação dos líderes das respectivas equipes negociadoras - a ministra de Assuntos Exteriores de Israel, Tzipi Livni, e o ex-primeiro-ministro palestino Ahmed Qorei -, que deixaram o encontro posteriormente.

O chefe negociador da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, confirmou em entrevista coletiva na cidade de Ramala a promessa israelense de impedir uma crise humanitária na Faixa de Gaza. Erekat também revelou que as partes trataram de outras questões, como a situação dos presos palestinos, os assentamentos judaicos e o bloqueio israelense.

O chefe negociador disse que Abbas expressou a Olmert que a ANP deseja e pode retomar o controle da fronteira de Rafah, embora não tenha especificado de que maneira. O controle da região, segundo um acordo realizado em 2005, compete a várias partes, como Israel, ANP, Egito e União Européia, razão pela qual Abbas espera poder analisar a questão com Mubarak antes de apresentar uma proposta formal à parte israelense.

O dirigente palestino, que hesita em dialogar com o Hamas, deseja que a passagem seja reaberta e que suas forças sejam responsáveis pela região fronteiriça, alegando que desta maneira as sanções econômicas israelenses impostas a Gaza se relaxarão. Abbas rejeita manter contato ou compromissos diretos com o Hamas até que o movimento islâmico, que conquistou a Faixa de Gaza à força em junho — o que foi tachado pelo presidente como um golpe de estado, devolva o controle do território.

Israel, ao contrário, espera que o Cairo feche o território do sul de Gaza — de cerca 12 quilômetros — e impeça a entrada de armas e munição posteriormente utilizadas pelas milícias para atacar seu solo.

EFE
 
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