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 | 27/01/2008 17h32min

Biógrafo diz que Chávez está desesperado em busca de inimigos

Para escritor, o líder venezuelano tem sensibilidade social e é egocêntrico

O venezuelano Alberto Barrera Tyszka, biógrafo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou em entrevista publicada hoje em Bogotá que o chefe de Estado "anda desesperado buscando inimigos" e elogiou Álvaro Uribe por não responder a seus insultos.

Em entrevista à revista colombiana Semana, Barrera Tyszka, autor do livro Hugo Chávez Sem Uniforme, referiu-se às recentes acusações do presidente venezuelano contra Uribe, chamando-o de "cínico, mentiroso e peão dos Estados Unidos".

O escritor afirmou que o pior que pode acontecer a Chávez é que não respondam a ele. Anda desesperado buscando inimigos importantes, porque de outra maneira não é perigoso, nem subversivo, nem revolucionário. Ele lembrou as polêmicas do chefe de Estado venezuelano com os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e do Peru, Alan García, e mais recentemente com o da Colômbia.

— Chávez está desejoso de uma épica que não tem: não tombou nenhum ditador. Tem uma temperatura verbal muito alta. Hoje insulta Bush, amanhã Alan García, depois de amanhã Álvaro Uribe — explicou.

Barrera Tyszka afirmou que "todos reconhecem que Chávez é um homem de uma grande sensibilidade social, mas, ao mesmo tempo, é um grande egocêntrico".

O escritor acrescentou que, por isso, o presidente da Venezuela tem um protagonismo e um poder e, infelizmente, ao redor disso, construiu um regime cada vez mais personalista.

— Ele é fascinado com esse culto a sua personalidade que muitos alimentam — afirmou.

O biógrafo acredita que Chávez "seqüestrou os cidadãos, e isso tem a ver com sua natureza militar".

— Ele se define como um soldado. Organiza o povo em batalhões. Descreve as eleições como combates. Funciona dentro da lógica militar, e, nesse sentido, há um desprezo em relação ao mundo civil, que considera desorganizado, corrupto e ineficaz — disse o biógrafo.

Barrera Tyszka afirmou que Uribe, ao cancelar, em novembro, a mediação que três meses antes tinha pedido a Chávez para a libertação dos seqüestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), atingiu a vaidade do presidente venezuelano.

— Uribe faltou com o respeito a ele publicamente. Ele o deixou mal em um momento no qual Chávez estava buscando internacionalização, mas Uribe fez bem em não responder, para não reproduzir a mesma dinâmica de confronto com a qual Chávez funciona — ressaltou.

EFE
 
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