O Ministério da Saúde emitiu um alerta sobre os riscos de superdosagem da vacina contra a febre amarela, que pode causar reações graves. A divulgação de um laudo elevou para oito o número de casos de morte confirmados este ano.

O lavrador Antônio Batista Gonçalves, de 31 anos, morreu no dia 4 de janeiro. Mas a confirmação de que ele foi vítima de febre amarela veio depois de um exame detalhado no Laboratório Evandro Chagas, em Belém.

Segundo o Ministério da Saúde, já são oito os casos confirmados de morte por causa da doença, este ano, no Brasil. Duas mortes ainda estão sendo investigadas em Goiás.

Uma mulher de 42 anos morreu hoje de madrugada neste Hospital de Goiânia com os sintomas da doença. Segundo a Secretária Estadual de Saúde, ela teria se recusado a receber a vacina.

— Ela rejeitou a vacina, não quis vacinar. Não sabemos se é por medo da agulha, rejeição a vacina, mas o histórico é apenas esse que vamos aprofundar, a partir de agora — disse o secretário Cairo Freitas.

O número de doses de vacina distribuídas nos estados já é cinco vezes maior do que a população das áreas de risco. E como a procura nos postos de saúde continua aumentando, a Secretaria de Vigilância em saúde emitiu um alerta sobre o risco da revacinação.

Segundo o infectologista Eduardo Campos de Oliveira, mais de uma dose, num período mínimo de dez anos, aumenta o risco de reações adversas.

— O organismo vai receber uma dose excessiva de proteínas estranhas, de elementos estranhos. Elementos como o vírus vacinal, mas também as proteínas e outras substâncias conservantes da vacina, que podem, em tese, provocar reações já numa dose normal, que dirá numa dose dupla ou tripla — explica o infectologista.

O artista plástico Francisco de Carvalho tomou duas doses num intervalo de apenas seis dias. Arrependido, Francisco aconselha.

— Eu aconselho vacinar, mas não faça o que eu fiz, tome uma dosagem só. Eu só não morri porque, graças a Deus, eu procurei um hospital — diz ele.