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 | 30/12/2007 03h56min

Para Zagallo, time de Dunga ainda não está pronto

O ex-técnico da Seleção afirma que Alexandre Pato tem de provar seu valor no Milan

Moisés Mendes  |  moises.mendes@zerohora.com.br

Na última quarta-feira, Zagallo ficou acordado até as 23h30min para conferir pela TV o que seria o jogo-exibição dos Amigos de Messi contra os Amigos de Ronaldinho, em San Luis, na Argentina. Aborreceu-se com a sonolência dos jogadores em campo. No intervalo, decidiu que era hora de dormir. Aos 76 anos, Mário Jorge Lobo Zagallo continua sem paciência para o futebol jogado sem dedicação e sem arte.

— O futebol que vi era lento, preguiçoso.

Um dos últimos sábios vivos do futebol mundial, Zagallo acompanha jogos em casa, pela televisão, desde que foi afastado do cargo de diretor técnico da Seleção Brasileira, no dia 26 de julho de 2006. Ficou chateado quando a CBF o dispensou, após a Copa da Alemanha. Mas ainda não se considera aposentado.

Na entrevista que concedeu por telefone, de sua casa na Barra da Tijuca, no Rio, falou como se estivesse num botequim. Jogou conversa fora, dessas de fim de ano, e até admitiu que, se aparecer o convite de algum clube, para uma tarefa técnica, vai estudar a proposta.

Depois de levar dois grandes sustos, Zagallo sente-se bem. Em 2005, retirou parte do estômago. Tinha um tumor no duodeno, perdeu 16 quilos. Mesmo assim, foi à Copa, ainda debilitado. Em julho de 2007, voltou a ser internado com urgência. Estava fraco e desidratado.

Hoje, considera-se recuperado. Todas as terças e quintas-feiras, faz exercícios físicos ao lado de um personal trainer. Caminha todos os dias.

Zagallo ainda é requisitado para falar de futebol porque ninguém no Brasil chegou perto de seus feitos. Como jogador, foi bicampeão pela Seleção, em 1958 e 1962. Como técnico, conquistou o tricampeonato em 1970. E em 1994 foi o coordenador técnico da Seleção tetracampeã. 

O Velho Lobo foi um jogador 
solidário e um técnico agregador


Como jogador, do Flamengo, do Botafogo e do Brasil, foi um ponteiro-esquerdo versátil, inteligente, que atacava e recuava, solidário com o time. Como treinador, foi um agregador carismático que conseguiu juntar Pelé, Tostão, Gerson e Rivellino na melhor de todas as seleções, a de 70 no México. Zagallo é a prova de que existe o tal homem de estrela.

Na entrevista, o alagoano de Maceió falou um pouco de Seleção, de Ronaldinho, de Kaká, de Pato. Disse que o time de Dunga ainda não está pronto e que muitos jogadores ainda serão testados até a Copa de 2010. Elogiou a fórmula de pontos corridos do Brasileirão e lamentou a fuga de craques ainda adolescentes para o Exterior. Estava falante, bem disposto. No final da conversa, desejou um bom Ano-Novo aos gaúchos, em especial a Nilmar, o atacante do Inter, que considera um dos grandes jogadores em atividade no Brasil.

"O Nilmar sabe das coisas. Gosto muito desse garoto"

Urs Flueeler / EFE

Único tetracampeão do mundo, Zagallo encerrou o trabalho na Seleção Brasileira na Copa 2006
Foto:  Urs Flueeler  /  EFE


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