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 | 29/12/2007 07h57min

Ruy Carlos Ostermann: Melhorar é melhor

O receio deve ser este, de que aquilo que era notícia ontem deixou de ser hoje e, há pouco, novas notícias estavam ocupando a atenção das pessoas. É um tempo volátil, tudo se transforma nada fica. Ou por outra, fica o que não se imaginava que pudesse ficar e o nome do instante é muitas vezes aquele de que nem se sabe a quem atribuir. Não é exagero, é a penas a constatação que também fazem os cronistas políticos que a exemplo de Jânio de Freitas, respeitado e lido, chama de seca do jornalismo. Nada floresce e tudo que aparece não resiste muito tempo.

Ontem, atendendo a pedidos da Redação, voltei a escrever essa coluna com a pretensão de que a memória e as pequenas informações adicionais fossem suficientes. Foram, afinal escrevi de alto a baixo. Mas ontem, passando os olhos no jornal, me dei conta de que todos estão navegando em muitas direções e que não há mais certezas. É o fim do ano, o encerramento das atividades sem que as novas recomecem, elas apenas são anunciadas ou presumidas. Ouvi com atenção a prestação de contas de ano do presidente Lula. Ele tem razão em estar otimista, foram muitos os avanços, mas a verdade é que o país está muito atrás e só agora começa a despontar com mais empregos, melhor distribuição de renda e um crescente reconhecimento internacional. Não é muito, mas é bem mais do que diria um pessimista. No futebol, essa atividade nacional popular e indispensável, não é diferente do discurso presidencial. Quem tem alguma coisa _ um pouco de dinheiro, alguns jogadores e uma torcida confiante _ faz o discurso otimista e dá a impressão de que 2008 é um ano a favor dos acontecimentos. Eu espero que assim seja, para o país e para os clubes. Porque se há alguma coisa que não faz mal é melhorar.

Mercados

Os nomes que estão sendo cogitados procedem, quase todos, de um mesmo espaço de vida dos jogadores: são os que estão voltando. Saíram tempos atrás festejados ou não, mas saíram para livrar-se do Brasil e ganhar o mundo. Não é nada fácil e nem é isso que caracteriza um fracasso pessoal. Depois de cinco anos, ou até mais, um ciclo da vida profissional está cumprido. Pode ser a hora de voltar ou de ficar por lá de uma forma mais modesta. Essas são as possibilidades da volta, com consentimentos europeus ou asiáticos e propostas brasileiras. O mercado nacional ainda tem espaço, e Leandro Amaral, que trocou o Vasco pelo Fluminense, valendo-se de uma interpretação da lei a que vai recorrer, no sentido contrário, o seu ex-clube, é um bom exemplo. Trata-se de um jogador de qualidade, mas um pouco adiante do limite de juventude que os europeus preferem. Essa, além da proposta, é a razão porque permanece no Rio. Mas esse outro mercado, do jogador em final de carreira, se não apetece aos clubes europeus satisfaz, e muito, às necessidades dos clubes brasileiros. Tudo depende de uma agenda bem feita e de empresários sérios.

Rincón

De outra natureza é a anunciada volta de Diogo Rincón para o Inter. Abel ontem já descartou essa possibilidade. Não argumentou, mas não pode ser a idade, 27 anos, e nem o futebol festejado. Devem ser ou as antigas razões que o fizeram sair do Inter ou necessidades do meio-campo do time que não precisam ser declaradas, basta que existam. E, por certo existem e são muitas. Rincón está há cinco anos fora de Porto Alegre, foi sincero em observar que se não mudar de expectativa e portanto de clube, sua carreira vai se repetir, e ele não terá a progressão que almeja. Mas assim como Diogo Rincón há outros e pode entre eles estar uma boa solução para velhos problemas. É nesse ponto que convergem as várias linhas de interesse: a disponibilidade do jogador, o interesse dos clubes e um histórico que satisfaz ao menos a parte contratante. Falei antes em agenda, ela é essencial até porque aumenta o grau e a qualidade das informações.

 
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