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 | 19/11/2007 03h43min

Ruy Carlos Ostermann: Riquelme e a camisa 10

Luiz Zini Pires (interino)

Vi da sala a Argentina desossar a Bolívia (3 a 0) no decadente Monumental de Nuñez, exibindo um gramado de pelada de periferia. Assisti a Messi arrancar com a bola com a velocidade, a gana e a habilidade de um Maradona rejuvenescido. Observei, prazeroso, o extraordinário Riquelme.

Aos 29 anos, a luz da seleção da Argentina não se envolve com todo o jogo, vive num mundo à parte, quase seu, rondando pelo meio, surgindo nas redondezas da grande área, unindo meio e ataque. Mas basta tocar na bola, executar um movimento, que o jogo ganha outro ritmo, nova tradução, toque de gênio. Riquelme jogou três partidas em 120 dias. Fez quatro gols, dois no escaldante sábado de Buenos Aires. Riquelme destrói a teoria de que jogador de competição precisa de ritmo de jogo. Os normais, sim. Ele, nunca. Riquelme não tem vez no Villarreal, segundo na Liga Espanhola, a um ponto do Real Madrid, ao lado do Barcelona. O técnico Manuel Pellegrini critica o individualismo do craque. A direção fechou com o treinador. Riquelme só treina. Quando quer jogar, entra num Boeing e viaja meio-dia. A sua espera está a sagrada número 10 azul e branca. Um monumento de camisa.

Clemer, Renan e a 1
Férias pingadas, sete dias agora, outros depois, são as piores. A vida continua quase no mesmo ritmo, a rotina segue, poucos conseguem desligar. O Inter sofre em nome dos dólares de Dubai, quebra, outra vez, a pré-temporada, corre riscos. Europeus, como Manchester United, fazem seus aquecimentos na China ou nos EUA sem grandes problemas, mas após férias de 30 perfeitos dias.

A decisão colorada é opção pensada, assim como o destino de Clemer. A tendência é que o sempre discutido goleiro, apesar dos seus títulos espetaculares e de atuações igualmente especiais nestas decisões, seja liberado.

Giovanni Luigi, que contratou jogadores qualificados, mas que por 20 motivos não organizou um time competitivo, queria Renan no gol já nesta temporada. Foi vencido pelo grupo de jogadores, que tem no veterano goleiro uma referência. Clemer chega aos 39 anos querendo mais. O Inter vê em Renan o futuro, e o amanhã chega hoje. A decisão é dura. Com Clemer por perto, Renan não terá paz, o ex-titular jamais se contentaria em freqüentar o banco, algo desconfortável para um ex-titular de sucesso.

O Grêmio e a número 9
O ano ainda respira por 42 dias, mas 2008 já nasceu no Olímpico. Mano decide se fica, se sai. O mercado não está bom para técnicos no país. Todos os grandes clubes têm os seus, com exceção do Vasco, mas trabalhar com Eurico Miranda é viver numa canoa num lago de jacarés, e talvez do Corinthians, rumo acelerado à Série B. Treinar no Exterior é atalho para o esquecimento, mas também uma via de mão única para enriquecer num par de anos.

O técnico do Olímpico precisa começar de novo. Só no ataque não basta contratar dois. É preciso trazer logo quatro. Não há atacantes titulares, nem mesmo reservas. Ou algum tricolor espera sorrir em 2008 com Luciano Marreta, Jonas e Marcel perto da grande área inimiga?

Irregularidade fora de casa
O coletivo decepcionou, os valores individuais não fizeram a diferença. Ronaldinho sumiu. Robinho desapareceu. Kaká salvou-se com um belo gol no empate com o Peru. O Brasil agora imita a dupla Gre-Nal. Não ganha fora de casa nas Eliminatórias.

 
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