| 10/11/2007 04h
Nilmar voltou para o Inter atrás de sossego. A julgar pelo número de vezes em que suas respostas começam, se desenvolvem ou são concluídas com a frase "tranqüilo, tudo tranqüilo", é possível dizer que ele conseguiu. Neste sábado, em seu reencontro com a torcida, às 18h10min, contra o Cruzeiro, o atacante pode ajudar clube e companheiros a tornarem "tranqüilas" a semana de férias que se estenderá até o dia 18.
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Marcar gol seria mais do que homenagem aos colorados. Representaria a volta por cima e a retomada definitiva da carreira no clube que o projetou. Quando atravessa o pátio do estádio até o gramado suplementar na condição de grande estrela do ataque,
Nilmar desvia o olhar para as janelas onde ficavam os dormitórios das
categorias de base, acima da entrada da Escola Rubra.
Lá, como todo jovem que chega ao Inter para tentar a sorte, driblava a saudade ao lado dos amigos. Pedia cola para passar nas provas do supletivo aos companheiros. As "tias", com definia as colegas mais velhas, se recusavam a ludibriar os professores.
Mas o Nilmar de 2007 é bem diferente do guri de 20 anos que deixou o Beira-Rio em 2004. Continua fazendo sucesso com as devotas fãs, que distribuíam presentes para ele nos treinos. Os mimos, entre eles os famosos ursinhos de pelúcia, estão na casa dos pais, em Bandeirantes (PR). Pelo menos até Nilmar montar novo apartamento na Capital. Por enquanto, ele mora com os sogros, na Bela Vista. No pouco tempo de folga dos treinos, o atacante percorre lojas atrás de móveis ao lado da mulher Laura. Apenas para preencher os cheques, deixa bem claro.
— Ela (Laura ) e uma decoradora que cuidam de tudo isso — garante.
Nilmar aproveita o
regresso para conhecer mais um pouco a cidade.
Antes, quando morava no clube, saía pouco em Porto Alegre. A fama súbita também intimidava passeios. Depois da estada em Lyon, centro gastronômico da Europa, e São Paulo, onde morava no Tatuapé, vizinho ao Parque São Jorge, pegou gosto. Nesta nova fase gaúcha, aproveita para conhecer restaurantes e comer a massa que tanto aprecia. Está até freqüentando o cinema. Antes de viajar para o Rio, no último fim de semana, assistiu a Tropa de Elite. Sem ser abordado.
— Cheguei no início da sessão, quando estava tudo escuro — conta.
Onde Nilmar não quer passar despercebido é em campo, hoje à tarde. Até porque uma vitória sobre a equipe do técnico Dorival Júnior garante o Inter virtualmente na Copa Sul-Americana. Retribuir o carinho dado pelo torcedor desde seu retorno ao Beira-Rio com gol, ou gols, para curtir as férias com a paz que só se consegue em casa.
— Ô! Se sair os três que eu desperdicei lá (oportunidades contra o Vasco, no último domingo) está bom
— sorri, com o mesmo jeitão
interiorano dos outros tempos de Beira-Rio.
Sorte em estréias
Quando apareceu no profissional do Inter, em 15 de março, contra o Juventude, Nilmar foi um dos mais elogiados, mesmo sem marcar gols no empate em 3 a 3. Em sua estréia no Lyon, da França, saiu do banco de reservas e fez os dois gols da virada de 2 a 1 sobre o Rennes, em 13 de setembro de 2004. Só descobriu depois que o técnico preferia veteranos como o francês Wiltord aos novatos, sem medir o desempenho em campo.
A estréia no Corinthians, para onde voltou em setembro de 2005, também foi com gols. Marcou um na derrota de 3 a 2 para o São Paulo. No último domingo, contra o Vasco, passou em branco. Mas saiu incensado como o melhor em campo. Como hoje reestréia no Beira-Rio, há esperança de gol.
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