A badalada preparação para o Torneio de janeiro em Dubai estaria tirando o foco do Inter no final do Brasileirão? Jogadores e direção garantem que não. Negam que foi este o motivo da derrota para o Paraná no domingo.

— Não entro em campo pensando se vou ou não para Dubai. Até por que se quiser, compro uma passagem de avião — responde Christian.

O centroavante citou o exemplo de quando estava no São Paulo, em 2005. Na ocasião, lembrou que os atletas comentavam entre si sobre a disputa do Mundial de clubes, meses antes da competição. Garante que o fato não se repetiu no Beira-Rio com a notícia sobre a ida aos Emirados Árabes:

— Aqui no grupo todo mundo encarou bem a viagem.

Segundo os dirigentes, os jogadores nem tiveram muito tempo para assimilar a idéia, veiculada na última quarta-feira. Por isso, ninguém acredita no suposto desvio de foco.

— Não me pareceu isso. Pareceu que o Paraná jogou uma Copa do Mundo e o nosso grupo não teve a determinação que teve nas outras partidas — afirma o vice de futebol Giovanni Luigi.

Benno Becker, presidente de honra da Sociedade Sul-Americana e da Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte, garante que usar esta justificativa para um resultado ruim seria uma racionalização.

— Um mecanismo de defesa no qual o sujeito inventa uma desculpa para justificar um problema, muito mais fácil de assumir — explica.

Faltam 34 dias e cinco jogos para o final da temporada. Até a estréia em Dubai, dia 5 de janeiro, são outros 68.