| 01/10/2007 06h46min
Aquela que deveria ser a partida de reabilitação no Brasileirão acabou sendo a do adeus à Libertadores de 2008. A derrota de 2 a 1 para o São Paulo, a 12ª na competição, faz o Inter flertar com o perigo e o deixa apenas três pontos do Atlético-MG, o primeiro dos rebaixados. Ainda assim, o discurso no vestiário foi de entusiasmo e otimismo.
Quem acabou eleito como vilão da tarde foi o árbitro mineiro Alício Pena Júnior. O Inter reclamou dois pênaltis e complacência com Dagoberto - tinha cartão amarelo quando atirou a bola sobre Guiñazu. A tarde também teve agressão do atacante Leandro a um gandula. O lance provocou reação irada de Newton Drummon, o Chumbinho, diretor executivo de futebol do Inter. Ele desceu das cabinas para discutir com o árbitro reserva Francisco Neto.
Os momentos de destempero prosseguiram depois do jogo. Ao atravessar o campo, o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, teria provocado torcedores com acenos. Escoltado por quatro
seguranças, foi cobrado
por conselheiros no acesso ao vestiário e outra confusão se armou.
Quando os ânimos serenaram, Abel Braga explicou a derrota. Para surpresa, falou de grande atuação e injustiça. Em seguida, o vice de futebol, Giovanni Luigi, assegurou:
— O Inter não perdeu essa partida, a nível de interpretação do jogo.
Ao lado, o presidente Vitorio Piffero lamentava que o Inter estava sendo sacado da Libertadores:
— Não nos interessa mais a tabela. Já que estão nos fechando as portas da Libertadores, vamos para o próximo jogo.
Abel valorizou o resgate do espírito combativo do time e chegou a compará-lo com aquela equipe que conquistou a Libertadores em 2006:
— O torcedor não vai para casa chateado, pois viu um time com entrega. Perdeu para o campeão brasileiro, que não deu um chute a gol.
O lateral Alex, que segundo Abel chorou no vestiário,
alertou:
— Só vai falar em rebaixamento quem estiver lá. Nos resta terminar o campeonato com
dignidade.
Virtudes suplantaram os defeitos
É curioso. O fim de ano dramático do Inter se materializou numa partida na qual as virtudes do time suplantaram os defeitos em larga medida, apesar da derrota por 2 a 1 para o São Paulo.
Edinho e Wellington voltaram a formar dupla de volantes campeão da América e do Mundo, providência acertada do técnico Abel Braga. Alex e Granja tiveram proteção para fazer o que sabem melhor: atacar. Com Magrão e Guiñazu no meio, sobrou força de marcação.
Assim, o Inter amarrou o São Paulo no primeiro tempo. Além do gol de cabeça de Sorondo a 21 minutos, Fernandão poderia ter ampliado se não perdesse chance claríssima após triangulação dele mesmo com Alex e Gil. Mas aí veio a expulsão de Índio, a 22 do primeiro tempo. E o cansaço.
O Inter, que sofre com vários jogadores em estágios diferentes de preparação física, cansou. Pior: cansou com um jogador a menos diante de uma equipe
cujo acerto de passes beira os 80%, segundo as planilhas de
Mario Perez, o Tata, auxiliar do técnico Muricy Ramalho. Ainda assim, o Inter foi prejudicado pelo árbitro Alício Pena Júnior, que não marcou pênalti em Alex, agarrado por Alex Silva dentro da área, no segundo tempo.
Com um jogador a mais, aos poucos o São Paulo foi empurrando o Inter para o seu próprio campo. A virada foi conseqüência. Diego Tardelli surgiu livre pela direita na hora do cruzamento: Edinho marcou contra, aos 28 do segundo tempo. E Richarlysson, volante de drible raro, passou como quis por um Granja extenuado, no lance da falta que originou a virada, aos 32 minutos.
O Inter encarou de frente o poderoso São Paulo, mas a verdade é que perdeu. Na matemática, deixou de somar três pontos no Beira-Rio como diante de Vasco, Botafogo, Fluminense e por aí afora. Agora, resta a luta para não cair.
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