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 | 27/06/2007 20h40min

Roberto Carlos se diz empolgado com o Fenerbahçe

Lateral-esquerdo também mostrou mágoa com o Real Madrid

Depois de uma saída conturbada do Real Madrid, o lateral-esquerdo Roberto Carlos se mostra feliz com sua ida para o Fenerbahçe. Segundo ele, o clube turco devolveu a empolgação perdida por ter deixado o Real Madrid, após a eliminação para o Bayern Munique pela Liga dos Campeões.

Em entrevista concedida após sua apresentação na Turquia, o atleta lembrou a rescisão com a equipe merengue, falou sobre a ida à Turquia e sua passagem pela Seleção. Também garantiu que dará o máximo em seu novo clube.

Confira a íntegra:

Pergunta – Como você se sentiu com a calorosa recepção da torcida do Fenerbahçe?
Roberto Carlos – Incrível. Desde que anunciei meu acerto com o Fenerbahçe, tudo o que aconteceu me encheu de ânimo. Assinei meu contrato diante de um estádio cheio para me receber. Eles merecem ver o melhor Roberto Carlos. Vou oferecer minha experiência para conquistar títulos e chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões.

P – Entre as várias ofertas que recebeu, por que o Fenerbahçe?
RC – Porque me fizeram sentir importante novamente, ser feliz outra vez. O normal é que, com 34 anos, esteja encerrando a carreira, mas parece que estou no início. Via meu futuro obscuro, abriram uma porta para mim.

P – Assim como Beckham, você escolheu um campeonato fora dos grandes centros.
RC – Sabemos que não é como Espanha, Itália ou Inglaterra, mas nosso futebol fará os Estados Unidos e a Turquia crescerem. Em meu caso, chego a um clube muito rico, com um bom técnico como Zico, que conheço bem, e nos prometeram que montarão um grande elenco.

P – Como você se sente após se despedir do Real Madrid?
RC – No início foi tristeza. Queria encerrar minha carreira ali, era o estrangeiro com mais jogos e três Ligas dos Campeões, podia jogar no mais alto nível por mais dois anos. Entretanto, agora isto passou e estou esperançoso, ansioso e feliz com minha nova fase. O Fenerbahçe me ofereceu tudo o que não me oferecia o Real Madrid. Sinto muito por não voltar a vestir a camisa do Real, mas já não devo olhar para trás.

P – Você foi embora com o reconhecimento de todo o Real, menos com o da direção?
RC – Meu contrato vinha com problemas desde a etapa de Florentino Pérez. Acertaram por um tempo, e no dia em que fui renovar, estava tudo praticamente feito e no final não alcançamos um acordo.

P – O clube se precipitou ao anunciar a renovação de seu contrato?
RC – Acho que sim. Havia cláusulas no contrato que não estavam acertadas. Não queria ir embora, mas se uniu o jogo de Munique e já não havia retorno. Foi o pior. Tivemos 180 minutos para avançar na Liga dos Campeões, e as pessoas que tinham que me defender não apareceram em momento algum. Fiquei marcado. Assumo quando erro e reconheço, mas muita gente não teve coragem. Saiu da frente.

P – Naquela mesma noite, você ligou para o Brasil e falou com a sua mãe sobre a sua saída do Real. Foi assim que aconteceu?
RC – Assim foi. Estava no Real Madrid desde 1996 e fiquei surpreso por terem me culpado pela eliminação diante do Bayern. Fiquei incomodado. Fiquei cansado e tomei a decisão de ir embora. Não fui embora por dinheiro, no Fenerbahçe ganharei muito menos. Além disso, assinei três anos com possibilidade de aumentar até cinco e depois ser o embaixador da equipe turca.

P – Posso afirmar que a transferência do atacante Ronaldo para o Milan abriu seus olhos?
RC – Não só a saída de Ronaldo, também a de Helguera e a de Beckham. Somos seres humanos, temos sentimentos e às vezes as pessoas são egoístas. Eu sempre tive o coração aberto, nunca fui egoísta e isto me prejudicou. Com estes problemas, pensei em minha família e em mim. Não gosto de sofrer, o futebol é para se divertir. Por isto fui embora.

P – Curiosamente, seu ciclo no Real terminou sob o comando do italiano Fabio Capello, que o contratou e que levou a equipe ao título espanhol.
RC – Acredito muito em Deus e no destino. Capello tinha que voltar para sermos campeões do Campeonato Espanhol e para ir embora com o técnico que me trouxe. Foi quem mais confiou em mim. Jamais me esquecerei dele. Mantém seu pensamento e sua personalidade apesar das muitas críticas que recebe. Só tenho palavras de agradecimento. Parece incrível que pensem em substituí-lo.

P – Após alguns dias de férias, quais as melhores lembranças de sua carreira?
RC – Com o Real, o carinho das pessoas, os títulos – especialmente a sétima Liga dos Campeões contra a Juventus –, os gols sobre o Barcelona e os clássicos. E com o Brasil, a Copa do Mundo, sem dúvida, o troféu mais importante na vida de um jogador.

P – E os piores?
RC – Fico com um, o racismo. Em Barcelona sofri. Foi um momento no qual as pessoas pararam de pensar no futebol e passaram a se preocupar mais com a agressividade e em prejudicar um rival.

P – Para terminar, fale qual é o seu próximo sonho.
RC – Os que tinha se cumpriram. Agora quero me divertir. Conquistar os títulos do Campeonato Turco e da Copa da Turquia. Marcar época no Fenerbahçe e repetir o que fiz no Real Madrid. Sinto-me bem e minha família está feliz. Estando bem minha família continuo tendo forças.

AGÊNCIA EFE

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