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 | 16/06/2006 22h59min

Seleção troca o "jogo bonito" pelo pragmatismo

Jogadores dizem que time precisa ser menos espetacular e mais objetivo

Como diriam os humoristas do programa Pânico, a Seleção Brasileira parece ter descido do salto alto e calçado as sandálias da humildade. Depois de uma estréia ruim contra a Croácia, alguns jogadores admitiram nesta sexta que vão procurar ser mais objetivos em campo e se preocupar menos com o espetáculo. Sai de cena o “jogo bonito” e entra o pragmatismo, isto é, o futebol de resultados.

Os indícios de que uma mudança de estilo estava a caminho surgiram um dia após a atuação decepcionante na estréia e ganharam força nesta sexta com as declarações de três dos líderes do elenco. Cafu, Emerson e Ronaldinho deixaram claro que o objetivo da equipe é sair da Alemanha com o troféu debaixo dos braços e que, para tanto, o time está disposto a deixar em segundo plano a técnica para reverenciar a tática.

– A imprensa esperava que o quarteto mágico desse show, que a Seleção ganhasse por seis ou sete com facilidade – afirmou Cafu. – Mas sabemos que isso não vai ocorrer. Não somos os Globetrotters – acrescentou o lateral, citando o famoso time de basquete norte-americano que excursiona pelo mundo fazendo malabarismos com a bola, mas não participa de competições.

Formado nas categorias de base do Grêmio a atualmente na Juventus, de Turim, o volante Émerson pode ser considerado um dos maiores especialistas mundiais em futebol de resultado. Afinal, seu mestre foi ninguém menos do que Luiz Felipe Scolari, pentacampeão mundial em 2002 e atual treinador de Portugal. Na década de 1990, Felipão conquistou todos os títulos possíveis com o tricolor gaúcho com um time que poucas vezes deu show.

– Show é bom, bonito, mas e se o time não ganhar? – questionou o volante. – Se pudermos fazer dois, três ou quatro gols, será ótimo, todos queremos isso. Mas, acima de tudo, queremos o título e vamos festejar mesmo se o gol for de costas ou de canela – explicou.

Apesar de ser o principal protagonista de uma campanha publicitária intitulada “Joga Bonito”, Ronaldinho também é a favor da mudança de postura. O craque do Barcelona garante estar disposto a abdicar do imenso repertório de malabarismos que o tornaram o melhor jogador do mundo nos últimos dois anos em benefício do time.

– Claro que pensamos em sempre jogar bem – disse o astro da Seleção. – Mas o que valem mesmo são os três pontos. Não interessa o que falam lá fora. A gente precisa estar com os pés no chão e saber o que é o melhor para todos – declarou.

CLICRBS E AGÊNCIA ESTADO
 
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