| 07/04/2006 14h23min
Para um dos grandes ídolos da torcida Tricolor, o técnico Mano Menezes foi mais feliz taticamente do que Abel Braga no primeiro Gre-Nal da decisão do título estadual. Porém, o ex-goleiro Mazaropi destacou que em clássico não há como fazer previsão, por se tratar de um jogo muito equilibrado. Em entrevista ao clicEsportes nesta sexta, ele afirmou que a rivalidade supera qualquer superioridade técnica:
– Gre-Nal é diferente, mesmo que momentaneamente uma equipe seja considerada mais qualificada do que a outra. No Gre-Nal as coisas se nivelam e se igualam dentro de campo, pela rivalidade que existe – salientou.
Ao lembrar os clássicos do passado, Mazaropi citou a final do Gauchão de 1989, quando o Grêmio conquistou o pentacampeonato ao derrotar o rival por 4 a 3 nos pênaltis, com duas defesas do camisa 1. Sobre a possibilidade do título de 2006 também ser decidido nas penalidades, o ex-goleiro afirmou que a disputa também será equilibrada:
– São todos excelentes goleiros, com relação a quem vai se destacar isso vai muito do estado de espírito de cada um no dia da partida – declarou.
Ao comentar o lance polêmico, envolvendo o recuo de bola do zagueiro Bolívar ao goleiro Clemer no primeiro clássico, Mazaropi disse que o erro foi primário:
– Difícil você explicar. Eu não sei o que se passou pela cabeça do Clemer no momento em que a bola foi recuada. Talvez não tivesse interpretado que a bola tinha sido recuada – afirmou.
Goleiro carismático da década de 80, Mazzaropi também falou da atuação de Galatto na equipe Tricolor:
– Acho que ele já demonstrou que tem condições para fazer a sua história dentro do Grêmio – salientou.
Confira a íntegra da entrevista:
Pergunta – Qual a sua lembrança mais forte do Gre-Nal?
Mazaropi – Lembrança mais forte é de todos os Gre-Nais, porque é um jogo totalmente diferente e a cada Gre-Nal é uma
emoção diferente, é uma emoção gostosa.
Pergunta de internauta – Depois da
sua brilhante carreira como goleiro, você foi um preparador de goleiros que alcançou sucesso muito rapidamente no Grêmio. E resolveu tentar a carreira de treinador, na qual ainda não obteve o mesmo sucesso. Na tua opinião, vale a pena essa troca? O que está faltando pra você deslanchar como treinador?
Mazaropi – Olha acho que toda troca é válida, e também todo início é difícil, que eu tracei e espero dar continuidade. Eu comecei há um ano no Grêmio Esportivo Sapucaiense como treinador efetivo, e eu acho que as coisas acontecem com a sua hora, sem querer precipitar, indo passo a passo.
Pergunta – Há um Gre-Nal em especial na lembrança? Um clássico que tenha marcado mais?
Mazaropi – Como eu já tinha ressaltado, todos os Gre-Nais marcaram bastante, mas em 89 foi um que marcou um pouco mais em função da decisão ter sido nos pênaltis, onde eu peguei dois pênaltis, e o Grêmio foi pentacampeão gaúcho.
Pergunta de internauta – Até que idade você jogou
profissionalmente? O Danrlei, com 32 anos, não poderia continuar jogando em um time de primeira linha?
Mazaropi – Eu parei com 39 anos, e acho que o Danrlei com 32 anos ainda tem muito o que oferecer ao futebol brasileiro.
Pergunta – Tem algum Gre-Nal que você gostaria de esquecer? Alguma falha grave em clássico?
Mazaropi – Graças a Deus não. Em Gre-Nais sempre obtive uma boa performance dentro das partidas.
Pergunta – Qual o teu palpite para o clássico decisivo de domingo?
Mazaropi – Em Gre-Nal é muito difícil você fazer uma previsão. A gente sempre espera que o Grêmio consiga seu objetivo, mas é um jogo que é arriscado você dar um palpite por ser um jogo muito equilibrado.
Pergunta – Mano Menezes foi considerado o vencedor do primeiro Gre-Nal por alguns representantes da crônica esportiva. Você
concorda?
Mazaropi – Plenamente, acho que o Mano no primeiro Gre-Nal foi mais feliz taticamente do que o Abel.
Pergunta de internauta – Todos sabemos que o Inter é melhor tecnicamente do que o Grêmio. Como fazer para prevalecer essa superioridade em um clássico?
Mazaropi – Como eu disse anteriormente que Gre-Nal é diferente, mesmo que momentaneamente uma equipe seja considerada mais qualificada do que a outra. No Gre-Nal as coisas se nivelam e se igualam dentro de campo, pela rivalidade que existe.
Pergunta de internauta – O Galatto teve uma crise de amigdalite ontem, e não treinou. Já esteve de fora a semana passada inteira. Você, como treinador e experiente goleiro, escalaria o Galatto na sua atual condição, ou manteria o Marcelo, que fez uma bela partida no primeiro Gre-Nal?
Mazaropi – Você de fora é meio complicado emitir uma opinião com relação a utilização ou não do Galatto para a partida de domingo. Você teria de estar convivendo mais o dia-a-dia como atleta para que pudesse tomar uma
decisão.
Pergunta de internauta – O que você acha dos atuais
goleiros da dupla e para esse clássico quem poderá se sair melhor, caso a decisão vá para os pênaltis? Clemer ou Galatto?
Mazaropi – São todos excelentes goleiros, com relação a quem vai se destacar vai muito do estado de espírito de cada um no dia da partida.
Pergunta de internauta – Você vai ao Beira-Rio, ou vai assistir o clássico pela TV?
Mazaropi – Vou assistir o clássico pela TV.
Pergunta – E sobre os jovens goleiros da dupla, quem tem melhor potencial?
Mazaropi – Os dois tem excelente potencial, possuem excelente potencial.
Pergunta de internauta – Na sua opinião, quem tecnicamente tem mais chance de vencer o Gre-Nal?
Mazaropi – Se analisarmos a qualidade individual de cada jogador certamente seria o Inter, mas como em Gre-Nal não existe essa superioridade, e pela determinação tática do time do Grêmio no
último Gre-Nal, acredito que o Grêmio terá uma grande possibilidade.
Pergunta – O Inter
não perde no Beira-Rio desde agosto de 2005. Isso pode pesar muito nessa decisão?
Mazaropi – Acho que em uma decisão de Gre-Nal esse tabus não são muito considerados por não existir favoritismo.
Pergunta – O Grêmio teve goleiros carismáticos, você nos anos 80, Danrlei nos anos 90 e início do novo século... Galatto tem perfil para assumir esse papel?
Mazaropi – Acho que já demonstrou que tem condições para fazer a sua história dentro do Grêmio.
Pergunta – Você acha que o goleiro Clemer errou no lance polêmico do recuo de bola ocorrido no primeiro clássico?
Mazaropi – Acho que foi um erro primário.
Pergunta – Como se explica um goleiro tão experiente cometer um erro primário desses?
Mazaropi – Difícil você explicar. Eu não sei o que se passou pela cabeça do Clemer no momento em que a bola foi recuada. Talvez não
tivesse interpretado que a bola foi recuada.
Pergunta de internauta – Em sua carreira,
você lembra algum momento em que o Inter era tido como franco favorito e no campo a história foi diferente?
Mazaropi – Não, na minha época era muito equilibrado.
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