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 | 10/03/2006 14h06min

Gripe aviária traz ameaça de galpões vazios no RS

Queda nas exportações abalam a cidade de Nova Bréscia

Devido à ameaça da gripe das aves e à conseqüente redução do consumo da carne de frango nos principais mercados internacionais, a capital gaúcha da avicultura está vivendo uma situação crítica e sem precedentes.

De forma gradativa, os 365 aviários instalados no interior de Nova Bréscia, no Vale do Taquari, estão sendo esvaziados até que a indústria volte a abastecê-los com um novo lote. Até ontem, segundo a Secretaria Municipal da Agricultura, 120 galpões já haviam deixado de alojar as aves de corte.

No município, de solo pedregoso demais para a agricultura, famílias inteiras têm na produção de frangos sua única fonte de renda. A paralisação provisória nos criadouros foi anunciada pela Avipal – a principal integradora no município.

Os prejuízos começam a ser calculados. De acordo com o secretário municipal da Agricultura, Léo Fontana (PP), as perdas em arrecadação de ICMS já representam R$ 500 mil.

Moradores a dois quilômetros do centro de Nova Bréscia, em Arroio das Pedras Altas, os Valgoi entregaram o último lote de 21 mil frangos à integradora Avipal semana passada. Segundo João Valgoi, nas próximas semanas, enquanto o galpão estiver vazio, as vacas leiteiras e a agricultura de subsistência terão que garantir o sustento da família.

A medida anunciada pela Avipal deve coincidir com o período das férias coletivas dos funcionários na unidade de Lajeado, anunciadas para o mês de abril. A justificativa da empresa para a suspensão provisória de até 30 dias é a redução das exportações de carne de frango.

O mercado internacional para a carne de aves deve esfriar em 15% durante o ano em razão da doença, estima a União Brasileira de Avicultura (UBA). Sobram dúvidas no setor sobre a extensão da crise. A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) ainda não arrisca previsões de prejuízo. Para o presidente da Asgav, Aristides Vogt, as indústrias devem se recuperar em 90 dias. Clóvis Puperi, diretor executivo da UBA, está menos otimista e prevê problemas para os próximos seis meses.

A doença preocupa produtores brasileiros e gaúchos porque o Brasil é o maior exportador de carne de aves no mundo - 30% da produção é vendida no mercado externo. No Rio Grande do Sul, 70% vai para o Exterior.

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