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 | 06/03/2006 17h44min

OMS diz que expansão do H5N1 eleva ameaça de uma pandemia

Taxa de mortalidade entre humanos infectados supera 50%

A progressiva expansão geográfica da gripe aviária aumenta a ameaça do vírus H5N1 à saúde humana. O alerta foi feito hoje pela diretora geral adjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.

Durante seu discurso a reunião técnica de três dias em que um grupo de 30 analistas discute a doença, Chan explicou que a prioridade da comunidade internacional deve ser evitar qualquer surto da doença entre humanos. Caso isso não seja possível, o próximo passo será tentar isolá-lo ao máximo, para que o vírus – que até o momento demonstrou ter uma taxa de mortalidade entre humanos superior a 50% – não se espalhe, gerando uma pandemia global.

Os virólogos, epidemiológos e especialistas de laboratório e de saúde pública reunidos em Genebra finalizam um plano geral de contenção de uma eventual pandemia de gripe entre humanos provocada pelo vírus H5N1, causador da gripe aviária, caso uma mutação o torne capaz de ser transmitido entre pessoas. Dessa reunião sairá um protocolo de reação rápida e contenção da epidemia, que estabelecerá com clareza as responsabilidades das diferentes autoridades no âmbito nacional e internacional.

Para Chan, principal autoridade da OMS para assuntos relacionados à gripe aviária, a pandemia humana teria um "devastador" custo em vidas e em danos econômicos. Nesse sentido, ela expressou sua preocupação com "os fatos ocorridos durante as últimas semanas", e explicou que, diante de um vírus "tão claramente imprevisível como este, devemos estar preparados para qualquer surpresa".

No entanto, também quis deixar claro que a população não estará totalmente indefesa se toda a comunidade internacional começar a atuar de forma coordenada. Ela lembrou que esta é a primeira vez que o homem combate uma pandemia tentando prevenir a sua aparição.

Até o momento o vírus H5N1 matou aves de até 30 países (na metade deles, em questão de um mês) e infectou 174 pessoas desde 2003, das quais 94 morreram, o que representa uma taxa de mortalidade no ser humano de 54%. Os analistas explicam que a grande capacidade de mutação do vírus aumenta enormemente as possibilidades de aparecer uma cepa capaz de se transmitir de uma pessoa a outra com grande facilidade.

As pessoas não estão imunizadas contra esse tipo de vírus porque ele nunca circulou entre humanos. Por isso, ele poderia estender-se por toda a população em questão de semanas ou meses, segundo calculam os analistas da OMS. Além disso, dada sua elevada taxa de mortalidade, poderia matar milhões de pessoas nesse mesmo prazo, assim como gerar grandes crises econômicas.

AGÊNCIA EFE
 
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