Um seguro de quase R$ 24 milhões é a garantia com que contam Porto, de Portugal, e Grêmio para permitirem a escalação do meia Anderson no Gre-Nal de juvenis de sábado, no Olímpico, na final estadual da categoria. O jogador de 17 anos solicitou autorização ao presidente Paulo Odone para disputar o clássico, que poderá marcar sua despedida do clube.

Em agosto, quando aceitou que Anderson seguisse disputando a Série B pelo Grêmio, o Porto providenciou um seguro equivalente ao valor que havia pago pelo jogador: 5 milhões de euros, o correspondente hoje a R$ 13,520 milhões.

Na mesma ocasião, o Grêmio também fez um seguro de R$ 10 milhões. Somados, os dois seguros, que ainda estão vigorando, totalizam R$ 23,520 milhões. O valor só será pago, no entanto, se o jogador sofrer uma lesão que o inutilize para o futebol.

Odone não vê maiores riscos na escalação de Anderson. 

– Todo mundo sabe que é mais fácil ele se lesionar em uma pelada de praia do que em um jogo oficial – afirma.

Odone disse ter ficado surpreso com o pedido de Anderson para jogar o Gre-Nal juvenil. Contou que estava em seu gabinete, segunda-feira, quando o jogador o abraçou e pediu para ser escalado.

– Quando ele me disse que seria o último Gre-Nal, perguntei se ele não gostaria de jogar outros no ano que vem – contou Odone.

O caso foi encaminhado para o diretor-geral das categorias da base, Rodrigo Caetano. Ainda sem uma decisão, Caetano determinou que Anderson treinasse com os juvenis em Eldorado do Sul. A definição será anunciada amanhã.

Disposto a seguir com Anderson até junho de 2006, Odone confirma que poderá viajar a Portugal, "se for preciso", para negociar com o Porto.

– O contrato prevê duas possibilidades. A transferência em janeiro ou em junho. Vamos trabalhar para fazer valer a segunda. A possibilidade existe – diz.

Por enquanto, a negociação com o Porto será feita pelo empresário Carlos Leite, representante do Gestifute no Brasil.

LUÍS HENRIQUE BENFICA/ZH