Não fosse a nova cirurgia de Teco, o zagueiro Heverton, de 20 anos, sequer teria participado da pré-temporada do Grêmio, finalizada nesta quinta-feira, em Bento Gonçalves. Tudo mudou em menos de duas semanas. De quebra-galho, o paulista de 1m89cm adquire a condição de possível titular na estréia no Gauchão, amanhã, no Olímpico, contra o 15 de Campo Bom.

É verdade que uma série de coincidências ajudou. Além da lesão de Teco, houve o fracasso de Matheus e o corte na testa sofrido por Pereira. Heverton virou a primeira alternativa, já que Wagner, igualmente um ex-júnior, prefere atuar pelo lado direito.

A direção fala com entusiasmo sobre o futebol do zagueiro, emprestado em julho de 2007 pelo Pão de Açúcar, junto com o volante Rafael Carioca e o atacante Rafael Martins, destaques da equipe júnior do Grêmio na Taça São Paulo. O presidente Paulo Odone chega a apostar em uma venda ao Exterior ainda este ano. Cita o exemplo de Breno, negociado pelo São Paulo com o Bayern, de Munique, da Alemanha, no mesmo ano em que foi promovido a profissional.

Heverton evita se empolgar. Diz que só será vendido se fizer boas atuações pelo Grêmio, com quem assinou contrato até dezembro de 2009. Por enquanto, uma de suas preocupações é ser identificado pelos torcedores. De longe, não há quem não o confunda com Wagner. Os dois formaram a dupla de zaga no Brasileiro sub-20, disputado em Porto Alegre. São chamados de as Torres Gêmeas. 

- Nem minha mãe sabia quem era um e quem era outro vendo os jogos pela televisão - sorri o zagueiro.

Ele também se diverte com os comentários feitos por Julinho Camargo, técnico dos juniores. Impressionado com a seriedade de Heverton, o treinador afirma que ele costuma bater até mesmo nos companheiros de time nos treinamentos. 

- Zagueiro não pode aliviar, senão o pessoal fica mal-acostumado e perde o respeito. Por meu tamanho, tenho que me impor mesmo - afirma o fã de Juan, zagueiro da Roma e da Seleção Brasileira.