| 23/11/2007 07h39min
O ano de 2008 será da gurizada do Inter. É a promessa de Abel Braga. Faltando dois jogos para o fim da temporada, ele definiu o perfil do novo grupo: menor e mais jovem.
– Há um excelente trabalho nas categorias de base. Vou dar mais chances aos jovens. Se não, não há renovação – diz o técnico.
Abelão recebe relatórios sobre as promessas, mas quer ver o dia-a-dia delas. Para isso, haverá dispensas no principal. A idéia do treinador é trabalhar com 25 jogadores (dos quais, três goleiros), sendo cinco ou seis da base. Hoje, o grupo tem 32.
Celeiro de promessas
O time B é o celeiro das promessas do Inter. É dele que sairão os jovens que Abel Braga pretende testar. A partir deste ano, o grupo é composto por atletas de 17 a 22 anos. Só em ocasiões especiais recebe profissionais não aproveitados.
– É a maneira de dar mais chances aos meninos – fala o técnico Osmar Loss.
Mesmo com a eliminação para o Caxias nas quartas-de-final da Copa Amoretty, o desempenho foi considerado positivo. Isto porque surgiram individualidades, como o goleiro Agenor e o atacante Guto. E outras se confirmaram, caso dos zagueiros Titi e João Guilherme e do lateral-esquerdo Ramon.
– Todos podem subir, só vamos definir os nomes após as dispensas – explica Osmar.
Goleiro e zaga
Março de 2003. Treino no Centro de Formação de Jogadores de Giruá. Com um goleiro a menos, o coletivo corria riscos. Um atacante lascou ao técnico:
– Posso quebrar o galho no gol.
Ele pegou todas e, ao treinar pênaltis, defendeu três de uma série de cinco. Surgia o goleiro Agenor.
– Resisti no início, goleiro é uma profissão ingrata – conta o garoto.
Hoje com 17 anos, Agenor sabe que fez a escolha certa. É o reserva de Muriel, mas a boa colocação e a impulsão fazem o Inter apostar no seu futuro. Agenor não teve chance no principal, como os zagueiros Titi, 19 anos, e João Guilherme, 21 anos. Eles ajudaram o Colorado a ter a defesa menos vazada da Amoretty. Abelão, inclusive, já declarou confiar na dupla.
– É bom saber que somos vistos. Motiva – diz Titi, capitão do B.
Lateral e atacante
A velocidade e a facilidade para o drible deram ao lateral-esquerdo Ramon, 19 anos, uma chance no principal. Na época de Alexandre Gallo, atuou em duas partidas: Atlético-MG e Paraná, ambas no Beira-Rio, pelo Brasileirão. Ele voltou para o time B após as contratações de Marcão e Jorge Luís.
– Todo jogador precisa de seqüência, e não é diferente com os jovens – justifica Ramon.
Foi o caso do centroavante Guto, 19 anos. Quando encarreirou partidas no B, passou a marcar gols. Foram seis em 11 jogos. O que rendeu oportunidades com Abelão. Ficou no banco em dois jogos e entrou no segundo tempo contra o Náutico, em Recife.
– A experiência foi boa. Viagens e a pressão da torcida adversária trazem um aprendizado – analisa o jogador, que tem no cabeceio a sua principal característica.
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