Não é exagero afirmar que o paulista Jonas Gonçalves de Oliveira ganhou mais músculos em um mês no Grêmio do que na primeira parte de sua carreira profissional, que inclui passagens por Guarani-SP e Santos.

Repetindo a experiência com Anderson, Lucas e Carlos Eduardo, o preparador físico Flávio Trevisan e os fisiologistas do clube criaram para o atacante, de 23 anos, um programa específico de fortalecimento muscular.

– Em 30 dias aqui, a massa corporal de Jonas já saltou de 47% para 49%. Só falta um por cento para ele atingir o mínimo exigido – empolga-se Trevisan.

Segundo o preparador, Jonas integra o grupo dos chamados franzinos, junto com os atacantes Everton e Jhonatan, promovido este ano. Seu biotipo lembra o de Tinga, ex-dupla Gre-Nal, hoje no Borussia Dortmund, da Alemanha. Entre os profissionais da Educação Física, integra o grupo de jogadores que se destacam mais pela resistência do que pela musculatura.

Trevisan lembra que Anderson, hoje no Manchester, da Inglaterra, ganhou cinco quilos de massa muscular ao subir para o grupo profissional no início de 2005.

Além de aminoácidos, o programa de fortalecimento inclui uma proteína especial, extraída do soro do leite, sem teor de gordura, que o atacante toma de cara feia após cada treinamento.

A alimentação também é caprichada. Quando não está concentrado, Jonas ataca a comida preparada por sua mãe, Maria Luiza, que ficará com ele em Porto Alegre até o dia 29.

– Tem feijão, arroz, carne e salada todos os dias. Me proibiram de ficar comendo porcaria aí na rua. Não sei como vou fazer quando ela for embora – preocupa-se.

A tendência é que Maria Luiza, aposentada como o marido, Ismael, se mude em definitivo para a capital gaúcha em 2008.

Antes mesmo de sua estréia, no Gre-Nal de 16 de setembro, Jonas percebeu a diferença de estilo entre o futebol paulista e o gaúcho. Nos primeiros treinamentos, sofreu com as entradas de William e Eduardo Costa. Descobriu que precisaria se preparar melhor para suportar os choques.

– Sou um pouco fraquinho, tenho que aumentar a caixa – sorri, batendo com a mão direita no peito.

Por isso, ele passa mais tempo do que os outros jogadores na sala de musculação. Faz sessões diárias, com cargas variadas para não saturar. No Santos, fazia somente uma.