| 09/09/2007 16h16min
Uma investigação da Polícia Federal revela supostas irregularidades nas relações entre Corinthians e Grupo MSI. Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, citadas em uma reportagem publicada hoje pelo jornal Folha de S. Paulo, indicam que o russo Boris Berezovski não só participava como era o grande financiador da parceria.
Esse é o ponto central de um relatório de 72 páginas da PF, que o jornal teve acesso. Resumem 14 meses de diálogos entre o iraniano Kia Joorabchian, líder da MSI, e dirigentes do time paulista. O documento mostra atletas negociando com a parceria para receber dinheiro fora do país; cartolas corintianos acertando o pagamento de R$ 150 mil a um fiscal da Receita Federal para não autuar o clube; e uma tentativa de convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a facilitar a entrada do russo ao Brasil.
Berezovski é um magnata acusado de vários crimes em seu país, como lavagem de dinheiro e assassinato. Está foragido da Rússia. O ex-presidente corintiano Alberto Dualib, o vice-presidente Nesi Curi e o ex-dirigente Renato Duprat foram até o Palácio do Planalto conversar com Lula sobre o assunto, mas não foram atendidos.
A operação foi batizada de Perestroika. O Ministério Público acompanhou os trabalhos. Em julho último, a Justiça Federal aceitou denúncia. Kia e Berezovski tiveram prisão decretada. Dualib e Duprat viraram réus, acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O presidente acabou afastado, e o clube decretou o fim da parceria.
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