Vinte e seis de novembro de 2005. A data está na memória de qualquer torcedor gremista – virou até faixa na mureta do Olímpico. Pois a partir das 20h30min desta quarta, o Grêmio volta ao palco daquela partida para enfrentar o Náutico e reviver o maior feito de sua história recente, a “A Batalha dos Aflitos”.

Passaram-se 20 meses desde então. Nesse período, o Grêmio recuperou espaço no futebol brasileiro. Foi bicampeão gaúcho, terminou em terceiro no Brasileirão de 2006 e foi vice da Libertadores este ano. Já o Náutico, que conseguiu o acesso à Série A no ano seguinte, luta para não voltar de onde veio.

Os dois times também já não são mais os mesmos. No lado tricolor, apenas o goleiro Galatto, hoje reserva, o lateral-direito Patrício e o volante Nunes seguem no elenco, além do técnico Mano Menezes. No lado alvirrubro, restaram o goleiro Rodolpho e o atacante Kuki, mas ambos não devem entrar em campo na noite desta quarta.

– Eu não sei qual será a emoção de entrar em um estádio onde fui campeão, tive uma alegria muito grande e uma emoção enorme. Não podemos levar o jogo para o lado da rivalidade, mas o que aconteceu nos Aflitos, a gente não esquece nunca – declarou Patrício, um dos quatro jogadores do Grêmio expulsos naquele sábado.

Mesmo jogadores que não participaram daquela partida, como o meia Tcheco, sentem um clima diferente no ar. Desde que a delegação gremista desembarcou em Recife, o assédio da imprensa pernambucana tem sido grande. Entre os torcedores, só se fala em revanche. Tanto que os ingressos para a partida estão esgotados. 

– O clima que eles estão criando não poderia ser outro. Desde quando eles subiram para a primeira divisão já tinha placar na torcida com recados para o Grêmio – lembrou Tcheco.

Como tem sido rotina nas últimas rodadas, Mano Menezes tem problemas para escalar o time. Ele não pode contar com os zagueiros Schiavi, suspenso por ter levado o terceiro cartão amarelo, e Pereira, contundido. Com isso, existe a possibilidade de o treinador estrear o jovem Leonardo, de 19 anos, ao lado de William. Com o lateral Anderson também fora de ação, Thiego assume a ala direita.

Pelo lado do Náutico, que vem de vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians, em São Paulo, a intenção é sair o quanto antes da zona de rebaixamento. O time pernambucano é o penúltimo colocado, com apenas 10 pontos. Por isso, o técnico Roberto Fernandes promete colocar o time no ataque.

– Se eu adotar uma postura defensiva, a torcida cai em cima com 15 minutos de jogo. É preciso adotar uma postura agressiva, mas sem se tornar vulnerável atrás – explicou o treinador.