O Exército de Israel começou a planejar "jogos de guerra" para enfrentar os eventuais distúrbios que possam surgir depois da morte do presidente palestino, Yasser Arafat, disse um jornal israelense nesta sexta, dia 5. Em um exercício recente, oficiais das Forças Armadas examinaram os possíveis cenários resultantes da morte de Arafat por causas naturais, afirmou o jornal Haaretz. Foram analisadas as eventuais alterações nas áreas palestinas e nas relações da Autoridade Palestina com Israel.

Segundo a publicação, o exercício não era resultado de nenhuma nova informação sobre a saúde do líder palestino. A simulação incluiu especulações sobre como e onde seria realizado o enterro de Arafat, a ameaça de manifestações violentas, o eventual colapso da Autoridade Palestina e as chances de o grupo ativista Hamas assumir o poder na Faixa de Gaza.

O presidente palestino, de 74 anos, estava doente em outubro passado, o que detonou boatos de que enfrentaria problemas graves de saúde. Assessores disseram mais tarde, porém, que Arafat submeteu-se a uma cirurgia para a retirada de pedra dos rins e que passava bem. O governo de Israel provocou protestos da comunidade internacional em setembro passado ao adotar, em princípio, uma diretiva para "afastar" o presidente palestino.

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, afirmou mais tarde que o Estado judaico não pretendia assassinar Arafat. Saeb Erekat, membro do governo palestino, criticou os exercícios israelenses e disse que o Exército deveria, ao invés disso, se concentrar "no dia seguinte ao fim da ocupação israelense".

As informações são da agência Reuters.