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Deputado aponta problemas em contrato da Lotergs com BET Capital

Berfran Rosado (PPS) identifica procedimentos que considera anômalos na licitação

Novas suspeitas sobre o contrato entre a Loteria do Estado do Rio Grande do Sul (Lotergs) e a empresa BET Capital, responsável pela impressão e comercialização dos bilhetes do órgão, devem reforçar o pedido de instalação de uma CPI para investigar o assunto na Assembléia.

O deputado Berfran Rosado (PPS) identifica procedimentos que considera anômalos na licitação que resultou na contratação da empresa, na época chamada Capital Construtora e Limpeza, pelo governo Olívio Dutra (1999-2002) em 2002. A BET Capital pertence ao empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlos Cachoeira, em associação com o grupo coreano BET Co.

Cachoeira é um dos principais personagens no escândalo envolvendo o ex-assessor do Planalto Waldomiro Diniz, que colocou o governo Luiz Inácio Lula da Silva diante de sua maior crise política. 

– Esse não foi um processo padrão – disse Berfran na sexta sobre a licitação vencida pela Capital.

De posse da documentação registrada na Central de Licitações (Celic) sob o número 033477-1400-008, Berfran verificou que o então gerente administrativo da Lotergs, Mário Gasparin, havia solicitado a suspensão da licitação seis meses antes de o processo existir oficialmente.

Berfran também salientou a não-realização de uma diligência solicitada pelo presidente da Lotergs na época, José Vicente Brizola. O ex-presidente questionou a viabilidade da proposta financeira apresentada pela Capital. Posteriormente, José Vicente considerou a diligência desnecessária. Mais adiante, voltou atrás e, alegando a inconsistência da proposta financeira, pediu que a licitação fosse revogada, o que terminou ocorrendo. A Capital ingressou na Justiça e obteve uma liminar favorável em primeira instância. Além de não recorrer da decisão, o Estado formalizou não ter interesse em fazê-lo, abrindo mão do direito de apresentar recursos especiais e extraordinários.

A atuação de Cachoeira no Estado despertou a curiosidade de deputados gaúchos. A possibilidade de uma CPI, proposta pelo deputado Marlon Santos (PFL), ganhou força na semana passada, quando José Vicente concedeu entrevista revelando ter sido pressionado a obter colaborações de empresários do jogo e de bicheiros para a campanha da senadora Emília Fernandes (PT). 

– Uma CPI depende de haver um fato para ser investigado e da vontade política. Temos o fato – disse Berfran.

Na terça, dia 2, a proposta de CPI deverá ser avaliada na reunião dos líderes de bancada da Assembléia e entre o grupo de deputados que apóiam a instalação da comissão.

As informações são da Zero Hora.

 
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