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O PFL começou nesta terça, dia 17, a coletar assinaturas de deputados para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara destinada a investigar os fatos que apontam o envolvimento do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz em ato de corrupção. Um grupo de vice-líderes do partido reuniu-se pela manhã e recebeu do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, autorização para buscar as assinaturas.
O vice-líder Onix Lorenzoni (RS) assina o requerimento como autor. O parlamentar justifica a necessidade da CPI em fatos que, segundo ele, vão além da denúncia feita pela Revista Época, na qual uma fita de vídeo mostra Waldomiro Diniz negociando o recebimento de propina com o bicheiro Carlos Augusto Ramos. O deputado cita declarações do próprio ex-assessor do Palácio do Planalto, divulgadas pela revista, de que teria realmente pedido o dinheiro, inclusive para candidatos do PT às eleições estaduais de 2002.
Lorenzoni diz também que começam a surgir o que ele chama de "conexões" em vários Estados com o fato denunciado no Rio de Janeiro. Em sua avaliação, o Legislativo precisa apurar se os fatos representam uma forma de financiamento de campanhas do PT e se o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, tinha ou não conhecimento.
– São todos fatos e só uma CPI poderá investigá-los – garante.
Dentro das questões que precisam ser esclarecidas, Lorenzoni citou o fato de a Polícia Federal receber no sábado, às 16 horas, o mandado de busca e apreensão emitido pelo juiz federal do Rio de Janeiro para averiguar a casa de Waldomiro Diniz. Mas a PF, segundo o deputado, só teria chegado ao local na segunda.
– Com sede a três quadras da casa de quem ela tinha que fazer a busca e apreensão, a Polícia Federal levou dois dias para chegar. Isso é de uma gravidade extraordinária e evidentemente que a Câmara dos Deputados tem legitimidade e responsabilidade de jogar luz sobre essa questão toda – concluiu.
O vice-líder do PFL afirma que a maioria da bancada vai assinar o requerimento. O partido tem 63 deputados. Para que o requerimento seja apresentado à Mesa da Câmara, são necessárias as assinaturas de 171 deputados. O PSDB, que tem 52 deputados, pode apoiar a iniciativa do PFL. O partido tucano anunciou na segunda que iria começar a colher assinaturas para a instalação da CPI. Na avaliação do líder do partido na Câmara, deputado Jutahy Júnior (BA), o caso é grave porque envolve assessor da confiança pessoal do ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Mesmo com o apoio do PSDB, seria preciso ainda a assinatura de mais 56 deputados de outros partidos. A bancada do PT discute o assunto agora à tarde, mas a coordenação já fechou questão contra a CPI. O PPS também discute, a partir das 14h30, se apoia a criação da comissão. A posição do líder Júlio Delgado é contrária. O PL, o PSB e o PCdoB também já se manifestaram contra. Outros partidos da base aliada ao Governo, como o PMDB, PTB e PP, ainda não se manifestaram publicamente.
Na manhã desta terça, o presidente nacional do PT, José Genoino, rebateu as críticas que o partido tem recebido por não apoiar a criação de uma CPI para apurar as denúncias contra o ex-assessor da Casa Civil. O principal argumento do petista é de que todas as propostas de CPIs feitas pelo partido foram sobre fatos ocorridos durante os governos em que aconteceram as denúncias.
– O PT não está sendo incoerente quando se coloca contra a CPI, que é uma tentativa de setores da oposição de atacar o partido. Gostaria de lembrar que os fatos desmentem essa acusação porque todas as propostas de CPIs do PT no Congresso se referiam a fatos denunciados no exercício de governo – garantiu Genoino.
As informações são da Agência Câmara.
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