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Em entrevista transmitida ontem para todo o território americano, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que é "um presidente da guerra'' e que todas as decisões que toma na Casa Branca são orientadas pelo combate global ao terrorismo. Essa "guerra'', afirmou, define hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal americanas.
– Tomo minhas decisões no Salão Oval com a guerra em mente. Queria que não fosse assim, mas é a verdade. E o povo americano precisa saber que tem um presidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que existem e como é importante lidar com eles – disse.
As declarações, gravadas sábado na Casa Branca, em Washington, foram ao ar nesse domingo, dia 8, no programa Meet the Press, da rede de TV NBC. Bush foi sabatinado pelo jornalista Tim Russert, que manteve o presidente sob pressão ao longo do programa, de quase uma hora.
Ao conceder a rara entrevista, Bush tenta reagir à queda de sua popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos pré-candidatos democratas. Uma pesquisa divulgada sexta-feira pela agência de notícias Associated Press mostrou que sua taxa de aprovação caiu de 56% para 47% no mês passado. Questionado sobre números que mostram o pré-candidato democrata John Kerry à sua frente caso a eleição de novembro fosse hoje, Bush afirmou:
– Kerry ainda não é candidato. E eu não vou perder a eleição. Não planejo perder.
Acusado de "extremismo'' por Kerry, no momento em que a campanha eleitoral ganha corpo, Bush recolocou a "ameaça externa'' aos EUA no centro de suas decisões. Fazendo breves pausas entre cada frase, ele reapresentou a chamada "doutrina Bush'', que vem marcando seu governo.
– Tenho uma visão muito clara do que quero fazer por este país. Nós temos esta missão, e este é um momento histórico. Vamos mudar a face do Oriente Médio – declarou.
Na entrevista, Bush também apelou para um raciocínio tortuoso para justificar a Guerra do Iraque, já que as armas de destruição em massa – principal argumento para a invasão – não foram encontradas. Para Bush, pode ser que Saddam Hussein não tivesse armas biológicas ou químicas, mas "tinha capacidade de desenvolvê-las".
O presidente americano defendeu ainda o cronograma para o trabalho da comissão independente que investigará por que os serviços de inteligência erraram sobre o arsenal do Iraque. A comissão tem prazo até 31 de março de 2005 – ou seja, meses depois da eleição presidencial, em 2 de novembro – para apresentar suas conclusões.
As informações são do jornal Zero Hora.
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