| 08/02/2004 19h33min
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deu um voto de confiança ao diretor da agência de inteligência americana (CIA), George Tenet, e disse que seu cargo não está em perigo, apesar das falhas da inteligência pré-guerra sobre o Iraque.
– Acredito com força que a CIA é liderada com habilidade por George Tenet – disse Bush em entrevista a um programa da rede NBC neste sábado, dia 7.
Democratas que querem desafiar Bush na eleição de novembro tentam aproveitar o fracasso do governo em encontrar armas de destruição em massa no Iraque. Estas armas foram citadas como o principal motivo para a guerra. Bush nomeou na sexta uma comissão para investigar falhas na inteligência e diminuir as críticas.
Alguns republicanos queriam culpar Tenet pelas falhas de inteligência, em medida para proteger a Casa Branca. Mas os comentários de Bush indicam que a Casa Branca não está a favor desta estratégia, que pode provocar riscos em ano de eleição. Tenet defendeu Bush com firmeza contra críticos que afirmaram que a Casa Branca pressionou analistas de inteligência a exagerarem na informação para justificar a guerra.
A entrevista acontece após a queda do presidente em pesquisas. Ele parece ter sido atingido pelas afirmações do ex-chefe dos caçadores de armas dos EUA, David Kay, de que não acredita que Saddam Hussein tivesse estoques de armas proibidas. Bush disse sentir que a guerra foi justa mesmo sem as armas.
– Saddam Hussein era perigoso. Ele tinha capacidade, no mínimo, de fazer armas – disse.
O presidente defendeu sua decisão de pedir à nova comissão que apresente um relatório em março de 2005 - cinco meses depois da eleição presidencial. Democratas queriam a informação antes. Mas Bush, que deu amplo poder à comissão, que inclui estudo de inteligência sobre a Coréia do Norte, Irã e outros países, disse que o painel não deveria ser apressado.
Bush disse que o trabalho da comissão poderia observar casos como o do cientista paquistanês Abdul Qadeer Khan, que admitiu ter liderado uma rede para vender tecnologia de armas nucleares para outros países.
– Esta é uma visão estratégica, do cenário maior – disse Bush.
Muitos democratas criticaram a decisão de ampliar o mandato da comissão, afirmando que ela deveria se concentrar no Iraque e na suposição de que o governo Bush exagerou nas informações.
– Terei prazer em visitá-los. Terei prazer em compartilhar conhecimento com eles – disse o presidente, quando perguntado se falaria à comissão.
As informações são da agência Reuters.
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