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Casa Branca rejeita críticas de ex-secretário do Tesouro

Paul O'Neill acusou Bush de subir ao poder com a intenção de derrubar Saddam

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, rejeitou na segunda, dia 12, as críticas feitas pelo ex-secretário do Tesouro Paul O'Neill, que acusou o presidente George W. Bush de já ter chegado ao governo com a intenção de invadir o Iraque, antes, portanto, que os atentados de 11 de setembro de 2001 jogassem a política externa dos EUA em uma rota mais agressiva.

– O presidente esgotou todos os meios possíveis para resolver a situação no Iraque pacificamente – disse McClellan. – Saddam Hussein era um homem perigoso havia muito tempo – declarou.

As críticas de O'Neill estão em um novo livro e em uma entrevista que ele concedeu à TV norte-americana. O impacto desses comentários acompanhou Bush ao México, onde ele participa da Cúpula das Américas. O'Neill, demitido em dezembro de 2002, como parte da reformulação da equipe econômica de Bush, se tornou o primeiro membro importante do governo a atacar o presidente.

Em entrevista à CBS, o ex-secretário disse que Bush se comportava nas reuniões do ministério "como um cego em uma sala repleta de surdos''. Ele foi à emissora promover o lançamento do livro The Price of Loyalty' (O preço da Lealdade), na qual o jornalista Ron Suskind, ex-repórter do Wall Street Journal, relata a passagem de O'Neill pelo governo.

Para lançar a guerra contra o Iraque, Bush argumentou que o Iraque possuía armas de destruição em massa e não poderia ficar sem controle no mundo pós-11 de Setembro. Tais armas nunca foram encontradas. O'Neill disse que a queda de Saddam já era prioridade na primeira reunião do Conselho de Segurança Nacional, em janeiro de 2001, logo após a posse de Bush.

– Desde o começo, havia a convicção de que Saddam Hussein era uma pessoa má e precisava ir embora – disse ele ao programa Sixty Minutes, no domingo. – Para mim, a noção de prevenção, de que os EUA têm o direito unilateral de fazer o que decidir, é uma mudança muito grande – destacou.

Esses comentários provocaram surpresa em Washington, devido aos fortes laços de lealdade que Bush mantém dentro de sua equipe. O'Neill foi demitido por discordar de Bush e irritou Washington. O livro deve fornecer munição para os pré-candidatos democratas que vão tentar impedir a reeleição de Bush, em novembro, e já o acusaram de usar informações falsas para justificar a guerra.

McClellan disse que as críticas de O'Neill parecem mais uma tentativa de justificar visões e opiniões pessoais do que de olhar os resultados que estamos alcançando. – As pessoas têm o direito de expressar suas opiniões – , prosseguiu, – e o presidente vai continuar olhando para frente – declarou.

O porta-voz também negou que Bush, como disse O'Neill, se mostrasse desinteressado e isolado durante as reuniões do governo.

– O presidente é um líder forte que age decisivamente com relação a nossas grandes prioridades, alguém que faz perguntas duras e toma decisões duras – afirmou McClellan.

Ele afirmou não saber se algum membro do governo conversou com O'Neill para tentar evitar o imbróglio.

As informações são da agência Reuters.


 
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