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As famílias de 170 pessoas mortas em um atentado cometido em 1989 contra um avião da empresa francesa UTA, pelo qual seis líbios foram condenados, assinaram nesta sexta, dia 9, em uma cerimônia em Paris, um acordo pelo qual a Líbia pagará indenizações de US$ 170 milhões.
O acordo foi firmado por representantes de um fundo privado dirigido pelo filho do líder líbio, Muammar Kadafi. Ainda na sexta, os governos da Líbia e da França devem divulgar um comunicado comprometendo-se a melhorar suas relações bilaterais.
– Este acordo mostra que a Líbia está mudando, que mudou. É muito importante para nós que a Líbia possa agora ir adiante e começar a reconstruir seu futuro – disse Guillaume Denoix de Saint Marc, que perdeu o pai no ataque e participou ativamente das negociações.
O acordo, acertado na noite de quinta, fica aquém dos US$ 2,7 bilhões que a Líbia aceitou pagar no ano passado às famílias das vítimas de outro atentado, de 1988, contra um avião da Pan Am que sobrevoava Lockerbie, na Escócia. Mas Denoix defendeu o acordo francês, dizendo que a diferença em relação às indenizações de Lockerbie não é tão grande quanto parece.
Ele estima que pelo menos 50% do acertado naquele caso irá para custos legais, e que 10% serão cobrados em impostos. Dessa forma, ele estimou que as famílias do caso Lockerbie ficarão com no máximo US$ 2 milhões cada. A França condenou à revelia seis líbios pelo atentado de 1989, ocorrido sobre Níger (África Ocidental). A Líbia negou responsabilidade pelo ataque e insistia em não igualar a indenização deste caso à de Lockerbie.
Os US$ 170 milhões serão divididos entre famílias de vítimas de 17 nacionalidades. A Líbia já havia oferecido indenização de US$ 34 milhões neste caso, mas a França considerou o valor insuficiente. Se não houvesse acordo, Paris poderia vetar na Organização das Nações Unidas (ONU) a suspensão das sanções à Líbia, decidida depois que Trípoli anunciou as indenizações pelas vítimas de Lockerbie.
As informações são da agência Reuters.
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