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As declarações do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de que o ex-ditador iraquiano, Saddam Hussein, deve ser condenado à morte, provocou repercussões negativas em toda a Europa, onde a pena de morte não é prevista por lei. No Oriente Médio, além disso, existe a preocupação de que destino de Saddam já esteja selado.
Em entrevista ao ABC News nesta terça, Bush disse que Saddam, capturado no último sábado, merecia "pena máxima'' e que os iraquianos deveriam conduzir seu julgamento. As declarações de Bush põem os aliados de Washington em uma posição desconfortável. Políticos na Grã-Bretanha, Espanha e Itália, que apoiaram a invasão do Iraque liderada pelos EUA, esquivaram do assunto.
O secretário do Interior britânico, David Blunkett, disse à rádio BBC que não acredita na pena de morte mas respeita a decisão dos outros, e que acha que o certo seria o povo iraquiano tomar essa decisão. A ministra das Relações Exteriores da Espanha, Ana Palacio, disse
ser contra a pena de morte de
Saddam e afirmou que o julgamento dele ser uma mostra do poder da humanidade contra a desumanidade.
– O julgamento de Saddam deve ser um símbolo da ética e da moral humana contra as qualidades mais miseráveis e desumanas – afirmou Palacios.
O ministro da Defesa da Itália, Antonio Martino, também foi contra a pena de morte e afirmou que não quer dar ao poder público uma licença para matar. Já o presidente do Irã, Mohammad Khatami, disse que não deseja a morte de ninguém, mas, na opinião dele, se alguém merece a pena capital, este é Saddam. Para líderes e analistas do Oriente Médio, os comentários de Bush reforçam seu temor de que Saddam Hussein não terá um julgamento justo.
– Duvido que ele terá um julgamento justo – disse Khatami, cujo país combateu o Exército de Saddam em uma guerra sangrenta durante oito anos, quando o ditador iraquiano era aliado de Washington.
Com informações da agência Reuters.
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