| 17/10/2003 19h19min
O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, enviou nesta sexta, dia 17, sua carta de renúncia ao Congresso, após um mês de grandes manifestações que exigiam a sua saída da Presidência.
– A carta de renúncia foi enviada ao Congresso – afirmou uma importantes autoridade do governo, que não quis ter sua identidade revelada.
O vice-presidente da Bolívia, Carlos Mesa Gisbert, deve tomar posse a meia-noite deste sábado, dia 18.
Nesta sexta, dezenas de milhares de mineiros, agricultores e índios se dirigiram para o centro colonial de La Paz para protestar contra o governo. Muitos bolivianos já comemoravam a renúncia do presidente, dançando e batendo palmas nas ruas. Outros cantavam o hino nacional.
– Finalmente, o criminoso foi derrubado – disse Roberto de la Cruz, um líder sindical.
A saída de Sánchez de Lozada acontece depois de um mês de manifestações populares contra as políticas neoliberais do governo dele. Os protestos populares, detonados por um projeto de exportação de gás natural por meio de um porto do Chile, ganharam força e passaram a exigir a renúncia de Sánchez de Lozada. Durante os confrontos entre a população e a polícia, pelo menos 74 pessoas foram mortas.
Nesta sexta, Sánchez de Lozada também perdeu um apoio importante, quando o partido Nova Força Republicana (NFR), de direita, deixou o governo e pediu a sua renúncia. Sem o NFR, o governo não contava mais com a maioria de dois terços na Câmara dos Deputados e no Senado. O partido é o terceiro em importância dos quatro reunidos na coalizão de governo.
O embaixador do Brasil na Bolívia, Antonino Mena Gonçalves, disse à Agência Brasil que a expectativa agora é que os manifestantes se acalmem e que a decisão de Gonzalo Sánchez colabore para o encaminhamento rumo a uma solução pacífica.
Com informações da Agência Reuters e Agência Brasil.
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