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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, declarou nesta sexta, dia 12, que a entidade vai manter suas operações humanitárias no Iraque apesar das contínuas ameaças que vem sofrendo e do atentado contra sua sede em Bagdá no mês passado. O ataque de 19 de agosto deixou 22 mortos, entre eles o representante de paz da Organização no Oriente Médio, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
A ONU enfrenta uma de suas piores crises em seus 58 anos de história. Foi abalada pelas divisões ocorridas nos dias anteriores à guerra no Iraque e agora enfrenta novas ameaças globais de segurança. Annan afirmou que seus funcionários precisam de proteção, mas que "a ONU não pode ser protegida ficando atrás de fortalezas e quartéis''.
– Precisamos encontrar uma forma de maximizar a contribuição que estamos fazendo para o povo do Iraque, ao mesmo tempo em que minimizamos os riscos à nossa equipe – declarou Annan.
Ao lado dele, seu principal assessor para assuntos humanitários, Jan Egeland, disse que o compromisso de ficar é firme, mas acrescentou que a situação é precária. O ex-diplomata norueguês afirmou que a presença da ONU e de outras entidades hoje é muito inferior à que existia antes do atentado, e que alguns grupos estão deixando o país.
Annan falou a jornalistas após discutir a questão do Iraque com agências humanitárias da ONU, a Cruz Vermelha e várias ONGs.
– Todos nós frisamos nossa responsabilidade com o povo iraquiano, a quem estamos lá para servir, e a quem não devemos abandonar em seu momento de necessidade – disse o secretário-geral.
A questão da segurança das operações humanitárias deve ser tratada em reunião marcada para sábado, em Genebra, com os chanceleres dos cinco países com direito a veto no Conselho de Segurança. Eles vão discutir uma eventual resolução para o envio de tropas com mandato da ONU para o Iraque.
Em entrevista ao jornal britânico Financial Times no último sábado, dia 6, Kofi Annan revelou que as estratégias de ação no Oriente Médio precisam ser reformuladas diante da recente onda de violência na região.
– Se os desafios que enfrentamos mudaram, as respostas também precisam mudar. Precisamos ser capazes de adaptar nossas instituições e estruturas para lidar com isso – disse.
Annan afirmou que irá propor idéia para "realinhar" as entidades chave da ONU, como o Conselho de Segurança e a Assembléia Geral – que se reúne no final deste mês e deve receber líderes de diversos países.
Com informações agência da Reuters
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