Os Estados Unidos já reuniram o apoio de quase 30 países para pressionar a agência nuclear da ONU a impor o dia 31 de outubro como prazo para que o Irã comprove que não está desenvolvendo armas nucleares secretamente.

Os 35 países que compõem a direção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), devem votar a portas fechadas uma dura resolução que dá ao Irã uma última chance de provar que cumpre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT, na sigla em inglês).

O Irã, que nega qualquer violação, pode enfrentar sanções da ONU se a AIEA disser ao Conselho de Segurança que Teerã violou o tratado.

O chanceler iraniano, Kamal Kharrazi, recuou da sua ameaça de "rever" a cooperação com a AIEA caso a resolução seja aprovada, mas disse que o órgão não deve politizar a decisão.

– Os Estados Unidos e alguns países europeus estão tentando levar a decisão para objetivos políticos. O Irã deseja a cooperação com a AIEA e quer que esta agência tome decisões com base na realidade – afirmou.
 
Washington queria que a denúncia da AIEA ao Conselho de Segurança fosse feita ainda nesta semana, mas recuou ao sentir que a maioria dos outros países preferia dar uma última chance e um prazo para Teerã. Segundo diplomatas, após vários dias de negociações nos bastidores, lideradas por França e Alemanha, cerca de 30 países se posicionaram a favor do ultimato. O representante do Irã na AIEA, Ali Akbar Salehi, disse que seu país não vai aceitar esse tipo de pressão.

Pelo menos dois países importantes, Rússia e China, devem se abster da votação. Em um relatório de 26 de agosto, a AIEA disse ter encontrado sinais de urânio enriquecido (combustível das bombas atômicas) em uma instalação nuclear. O Irã diz que o material estava em uma máquina "contaminada", comprada no mercado negro internacional na década de 80. Essa declaração foi encarada com ceticismo dentro e fora da AIEA.

O Irã afirma que seu programa nuclear é destinado apenas à geração pacífica de energia.

Com informações da agência Reuters