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 | 30/07/2003 11h44min

Em meio a escândalos, Blair diz que deseja cargo por mais tempo

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, em meio à pior crise política de seu governo, afirmou nesta quarta, dia 30, ainda ter entusiasmo para exercer suas funções, mas admitiu a necessidade de reconquistar a confiança da opinião pública depois da guerra contra o Iraque.

– Há ainda muito trabalho a ser feito e meu apetite para fazê-lo continua o mesmo – disse Blair quando questionado sobre se continuaria no cargo caso o Partido Trabalhista, atualmente liderado por ele, conquiste novamente o controle do Parlamento.

Pesquisas mostram que a confiança da população em Blair e no governo dele diminuiu bastante depois da guerra no Iraque e depois do aparente suicídio de um cientista envolvido na polêmica sobre as justificativas para a ação militar.

Blair, 50, entrará para a história no próximo sábado, dia 2, quando seu governo se torna o mais longevo dos trabalhistas na história da Grã-Bretanha. Mas o marco será ultrapassado no momento em que surgem apelos, alguns vindos de governistas, para que o premiê renuncie devido ao apoio incondicional dele à guerra.

Blair e George W. Bush, presidente dos EUA, apresentaram como justificativa principal para a ação militar contra o Iraque o fato de o país árabe supostamente esconder armas de destruição em massa. Terminada a guerra, porém, nenhuma dessas armas foi encontrada no território iraquiano.

A imagem do governo sofreu um novo abalo com a morte do cientista David Kelly. Ele morreu com os pulsos cortados e foi, aparentemente, levado ao suicídio depois de ministros do governo terem-no acusado de haver dado informações à BBC para uma reportagem sobre exageros plantados pelas autoridades para justificar a guerra contra o Iraque.

As informações são da agência Reuters.

 
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