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 | 08/11/2010 02h04min

Passeio em Interlagos

Vetell vence o GP do Brasil e adia a decisão do título do Mundial de pilotos para a última prova

– Esta é a torcida mais animada do mundo. Seria especial vencer aqui e ouvir a vibração – disse o alemão Sebastian Vettel, minutos antes de entrar definitivamente no carro para vencer o GP do Brasil, disputado ontem, em Interlagos,

Com o companheiro de Red Bull, o australiano Mark Webber, em segundo, e Fernando Alonso, da Ferrari, em terceiro, a decisão do Mundial de Fórmula-1 ficou para o próximo domingo, em Abu Dhabi. Cercado da emoção habitual, o GP do Brasil, realizado ininterruptamente desde 1973, é sempre a certeza de provas disputadas. Desta vez, os pilotos brasileiros não foram protagonistas, mas a agitação começou já no sábado, quando o alemão Nico Hulkenberg, da Williams, companheiro de Barrichello, conquistou a pole ao brilhar em uma pista úmida com pneus para o piso seco.

O jovem alemão viveu a emoção da pole ao máximo, desde a saída do carro até a largada. No entanto, como já estava previsto, a liderança não foi além da tomada de curva do S do Senna. Vettel partiu com tudo e assumiu a liderança para não mais perdê-la. Webber foi no embalo e passou em seguida. Estava recolocada a lógica no GP do Brasil. Sabendo da necessidade de terminar na frente de Webber, Alonso foi para o ataque em cima do surpreendente Hulkenberg. Esse foi um dos melhores pegas da prova de Interlagos. O piloto da Williams resistiu bravamente, mas foi superado na sexta volta.

Com problemas no treino de classificação de sábado, Felipe Massa, em nono no grid, arriscou uma mudança na estratégia de corrida, parando logo no início para fazer a obrigatória troca de pneus. Teria dado certo, mas a Ferrari errou feio no pit stop. Com uma roda dianteira mal apertada, o brasileiro teve de retornar aos boxes. O dia estava perdido. Para completar, Felipe Massa ainda seria jogado para fora da pista pelo suíço Sebastien Buemi.

Alonso poderia terminar o GP do Brasil com seu terceiro título. Com vitória e tropeços da Red Bull e de Lewis Hamilton, o espanhol garantiria o campeonato com uma prova de antecedência. Alonso estava em um dilema. Não poderia arriscar, para não perder a grande vantagem sobre Webber. Por outro lado, não poderia acabar a corrida atrás do australiano. Por um motivo muito simples: a última etapa é amplamente favorável à Red Bull. Uma dobradinha da equipe austríaca, com Vettel em segundo, garante o título para Webber, independentemente da posição do espanhol na última prova. Esse detalhe explica por que o piloto da Ferrari tentou buscar Webber nas voltas finais.

daniel.dias@zh.com.br

DANIEL DIAS  -  Enviado Especial/São Paulo
 
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