| 04/11/2010 16h01min
Na edição de aniversário da ESPN que chega esta quinta-feira às bancas, pessoas próximas ao técnico Wanderley Luxemburgo apontam o jogo de pôquer como o principal motivo dos insucessos no comando de Palmeiras, Santos e Atlético-MG. Segundo a revista, o treinador do Flamengo chegou a fretar um avião e viajou de Belo Horizonte até Foz do Iguaçu para participar de campeonatos e conhecer novos jogadores.
Ainda de acordo com o encarte, o ex-presidente do Atlético-MG e atual dono do BMG, Ricardo Guimarães, foi o responsável por apresentar Luxemburgo ao pôquer em Belo Horizonte. Na cobertura de Ricardo, no bairro de Belvedere, inclusive, o treinador participou de vários jogos. No ano passado, segundo relatos contido na revista, o treinador teria perdido cerca de R$ 1 millhão.
Quando questionado sobre o jogo, em recente entrevista ao jornal "O Globo", o treinador argumentou dizendo que "gosta de jogar baralho e que passam pôquer na TV e acham bonito". O presidente da Conferedação Brasileira de Texas Hold'em (modalidade de pôquer mais popular), Igor Trafane, reconhece que Wanderley é um dos praticantes, mas não é viciado:
— Ele joga, mas como qualquer outra pessoa. Não há nada de vício e de condenável. As grandes mesas do país trazem profissionais de todas as áreas, empresários, jornalistas, médicos, advogados e pessoas ligadas ao futebol. Ele é um deles e, até onde eu sei, joga de vez em quando, como diversão — revelou Trafane à Revista ESPN.
Atividades paralelas ao futebol acabaram prejudicando também trabalhos realizados pelo treinador nos últimos anos. A escola de formação de profissionais (IWL) não deu certo e acabou por dar prejuízos a Wanderley. Pedidos de indenização superam os R$ 4 milhões, de acordo com a publicação.
O desejo de se aventurar na política também teve êxito. Enquanto comandava o Santos, no Brasileiro do ano passado, Wanderley se dividia na tentativa de virar político em Tocantins. Sua entrada na política só não deu certo porque ele não conseguiu a transferência de seu domicílio eleitoral para o estado a tempo de participar do processo.
O atual dono do BMG, Ricardo Guimarães, divulgou uma nota de esclarecimento:
A propósito da matéria intitulada “O último blefe de um jogador”, veiculada na Revista ESPN, venho esclarecer que em nenhum momento fui procurado pela reportagem para me manifestar a propósito dos fatos noticiados.
Tivesse sido observada essa regra jornalística, teria tido a oportunidade de esclarecer os seguintes pontos:
1) É notório que o Banco BMG patrocina o Clube Atlético Mineiro. Entretanto, o Banco não tem qualquer ingerência nem no Departamento de Futebol do referido clube, nem em outras agremiações que também patrocina, seja na indicação ou contratação de atletas e treinadores, seja no pagamento de remuneração direta a estes profissionais;
2) Conheço o técnico Vanderlei Luxemburgo como profissional do esporte, sendo que o mesmo nunca privou de minha intimidade ou frequentou minha casa, muito menos para a prática de jogos de azar;
3) Do mesmo modo, jamais em minha vida patrocinei ou participei de mesas de jogos de pôquer ou de qualquer outro tipo de jogo de azar, o que pode ser atestado pelas pessoas de meu relacionamento próximo. A única modalidade esportiva a que me dedico na qualidade de amador é o tênis;
A reportagem, conforme publicada, é inverídica e merecerá de minha parte as iniciativas cabíveis.
Ricardo Annes Guimarães
LANCEPRESS
Segundo a revista, ex-presidente do Atlético-MG teria apresentado o jogo ao técnico
Foto:
Bruno Cantini
/
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.