Esportes | 03/11/2010 15h22min
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Após um período obscuro pessoal e profissionalmente, o zagueiro Rodrigo, cujo contrato pertence ao Dínamo de Kiev, da Ucrânia, vive nova fase no Inter. Quase três meses depois de ter sido dispensado pelo Grêmio, trabalha no rival pensando no Mundial de Clubes.
No Colorado, o jogador completou 12 dias de treinamento intensivo com o preparador físico Elio Carravetta. Somente nesse período, perdeu quatro quilos. Mais "leve", voltará aos treinos com bola nesta quinta com o Inter B. A intenção agora é pegar ritmo de jogo para estar em bom nível para Abu Dhabi.
O clicEsportes conversou com Rodrigo na manhã desta quarta. Na entrevista, o zagueiro "abriu o coração" e contou a sua versão dos motivos pelo qual foi dispensado no Grêmio. O defensor comentou sobre a discussão com Jonas, a questão envolvendo a nutricionista Roberta Santos, e também sobre o período difícil que passou até o falecimento da sua mãe.
clicEsportes: Considera essa nova fase no Inter como um recomeço?
Rodrigo: Recomeço não, mas esse Mundial vai salvar meu ano. Ou Deus é muito bom comigo ou sou merecedor disso.
clicEsportes: O que significa para você disputar esse Mundial?
Rodrigo: Muita coisa, é uma resposta para aqueles que me julgaram. Não está em jogo só o peso do Mundial, que é a coisa mais fantástica que existe para um jogador. Respeitando os profissionais que estão aí trabalhando com o Celso Roth, meu objetivo é ser titular.
clicEsportes: Chegaram a dizer no Grêmio que você não iria mais pisar no Olímpico. Acha que você serviu de bode expiatório?
Rodrigo: A primeira coisa era mandar o Silas embora. A segunda era dispensar um jogador. Quem tinha contrato mais curto lá era eu. Era o mais fácil pra isso. Não vou pisar lá mesmo, só se for para jogar Gre-Nal. Não tenho problema com o clube ou com os torcedores. Meu problema foi com as pessoas que não são adequadas para dirigir um clube do tamanho do Grêmio.
clicEsportes: Ser afastado do Grêmio foi o pior momento da sua carreira?
Rodrigo: Acho que sim, tirando a parte de quando um jogador se lesiona e não pode atuar.Pessoalmente, o afastamento foi uma coisa nova, que eu não soube digerir bem. Não engoli, na verdade. Só por tocar no assunto já fico chateado. É uma coisa negativa, de quem está pagando o pato por outra pessoa.
clicEsportes: Sobre a discussão com o Jonas após o empate em 2 a 2 com o Cruzeiro? O que realmente aconteceu?
Rodrigo: Em um lugar onde estão só jogadores, a linguagem é outra. Não tem como dizer "por favor, faz tal coisa". O pouco acima que aconteceu neste caso porque ele ofendeu a minha mãe. E todos sabiam o que estava acontecendo. Falar sobre a parte de jogo é uma coisa normal. Mesmo assim, depois fui eu que tomei a iniciativa de pedir desculpas.
clicEsportes: Você já chegou atrasado em algum treino do Grêmio?
Rodrigo: Nunca cheguei atrasado, faltei com meus compromissos ou fiquei em departamento médico. As únicas vezes que não compareci em treinamentos foram duas dispensas que pedi para ver a minha mãe, depois do período da Copa. O câncer é uma doença que não tem remédio, foi tomando o estômago e chegou aos ossos. Ela só conseguia ficar na cama.
Liguei para o Grêmio e disse que não tinha condições de atuar (no período da semana do jogo contra Cruzeiro e Goiás). Disseram para eu voltar, que eu podia ajudar o time. Na última vez que vi minha mãe, que veio a falecer no dia 14 de setembro, ela me disse que preferia me ver na TV jogando do que ali ao lado dela, chorando.
clicEsportes: E o problema com a nutricionista? O que aconteceu?
Rodrigo: Esse caso aconteceu três meses antes da minha dispensa. Trouxeram essa notícia agora porque não tinham o que falar. Foi na época da primeira recaída da minha mãe, no período depois da Copa. Pedi um refrigerante para a nutricionista, e ela negou. Acabei gesticulando e bati na taça. Foi uma coisa forte, que fez ela ficar mal. E a mim também. Depois, o Anderson Paixão veio me perguntar o que tinha acontecido. Fui lá e pedi desculpas.
clicEsportes: Já planeja a próxima temporada? Deseja permanecer no Inter?
Rodrigo: Conversando com Fernando Carvalho, já deixamos o futuro pré-acertado. Quero ficar. Há uma cláusula no meu contrato que diz que se o Dínamo trazer uma proposta oficial, o Inter terá de tomar uma decisão de compra. Como o mês de janeiro será de negociação, ficou a dúvida de quem pagaria o meu salário. Ficou decidido que o Dínamo pagará se eu for transferido. Se eu ficar, é com o Inter. Mas independentemente de valores, pretendo permanecer, sou eu quem decide isso.
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