| 21/10/2010 07h12min
A indicação de Carlos Simon para o Gre-Nal é um erro estratosférico. Todos perdem: Inter, Grêmio, o espetáculo e, pior, o próprio Simon.
Mencione o nome de Simon para um gremista. Ele cogitará imolação. Vai parecer um talibã disposto ao suicídio na defesa do panteão tricolor. Basta Simon errar um milímetro de impedimento contra o Grêmio e o Olímpico virá abaixo.
Se o erro for contra o Inter, obviamente a discussão descambará para um suposto condicionamento por parte do Grêmio. Fale de Simon perto de um colorado e ele dirá que o Grêmio tem mais vitórias com ele no apito. Tente oferecer um argumento singelo em contrário. A réplica já será de um talibã disposto ao suicídio em defesa do panteão colorado.
Nos dois casos, perde o futebol. Este Gre-Nal tem tudo para ser um jogo espetacular, entre o campeão da Libertadores e a melhor campanha no returno do Brasileirão. Agora, em vez de discorrer acerca de gols e grandes jogadas, corremos sério risco de mergulhar na mediocridade de reduzir tudo à atuação da arbitragem.
Em parte, isso faz parte do folclore e do circo criado historicamente em torno do Gre-Nal. Numa certa medida, é até divertido. No caso de Simon, virou gasolina no fogo. Não há mais como debater, tal o radicalismo.
Por fim, a escolha de Simon é péssima para Simon. Ele só escapa do pelourinho se tiver 101% de acertos, o que é impossível.
O melhor seria rumar para a aposentadoria com a imagem irrepreensível da Copa do Mundo e o bom Brasileirão até o momento. Simon já trabalhou em 18 clássicos. Um a mais, um a menos não faria a menor diferença em sua biografia.
O bom senso recomendava juiz paulista, carioca, mineiro. Podia ser de Roraima. Fernando de Noronha, até. Menos Carlos Simon.
ZERO HORA
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