Dois personagens, não mais do que dois, podem ver o mundo desabar neste Gre-Nal. Há chance de ambos experimentarem uma segunda-feira de glória, é verdade, mas nenhum outro jogador terá a guilhotina lá no alto, à esperar do momento de descer e decepar-lhes os pescoços.

Falo de Victor e Renan.

Os goleiros de Grêmio e Inter não têm direito ao mais inocente pecado. Se levarem frango ou mesmo falharem levemente, o mundo cairá sobre eles. O passado recente impede o perdão.

Resta uma fresta a ser coberta no paredão tricolor: não errar em Gre-Nal. Victor toma gols esquisitos em clássico. No ano passado, D'Alessandro chutou fraco, sem jeito, a 30 metros de distância. Gol. Depois, Victor tentou sair jogando com os pés e quase fez gol contra. Este ano, Giuliano bateu de fora da área, também de muito longe. Gol.

Se acrescentar ao currículo uma nota 10 em Gre-Nal, se encaminhar no clássico a vaga na Libertadores, Victor liquida de vez com qualquer crítica ao seu futebol. Do contrário, reviverá a tese do goleiro sem estrela, que fica menor em jogos decisivos.

Em 2008, o Inter ia vencer por 1 a 0 até Renan agarrar firme a bola num cruzamento e acertar o joelho em Rodrigo Mendes sem motivo aparente. Pênalti e gol de Roger. Dois anos depois, ao voltar da Espanha, novos erros contra São Paulo (este medonho) e Chivas na Libertadores. O título o salvou da condenação eterna.

Na sequência, emendou boas partidas no Brasileirão. Recuperou-se. Mas os gols contra o Botafogo reacenderam a desconfiança. Se errar no Gre-Nal, e se isto significar o Grêmio virtualmente na Libertadores em 2011, a semana será terrível para Renan.

Os goleiros estão à beira do precipício neste Gre-Nal como nenhum outro jogador neste clássico.

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