A Copa Sul-Americana é vista por muitos como a principal chance do Palmeiras de conquistar uma vaga na Copa Libertadores de 2011. O próprio técnico Luiz Felipe Scolari já cogitou priorizar a competição continental. Porém, após o empate em 1 a 1 com o Ceará neste domingo na Arena Barueri, o discurso de Felipão foi diferente.

Felipão explicou o motivo de não ter poupado atletas no Brasileirão, já que recebe o Universitário de Sucre em partida decisiva nesta quarta. O treinador sabe que uma derrota no clássico com o Corinthians, no próximo final de semana, acaba com as chances do Palmeiras de colar no líderes.

– Quantos eu tenho para jogar? Só se colocar meu tio ou meu avô. Só no dia em que estiver morto vou colocar garotos de 14, 15 anos (para jogar). Talvez não tenha mais chances se perder o jogo no domingo – ressaltou Felipão.

Segundo o técnico, a escolha entre poupar ou deixar de poupar atletas depende do número de jogadores disponíveis. Com Gabriel Silva, Márcio Araújo, Vítor e Valdívia fora do clássico contra o Corinthians, o treinador pretende analisar as condições do elenco depois do jogo de quarta.

– Não tenho de priorizar nada. Contra o Corinthians, se tiver 15 ou 16, já serão muitos. Vamos jogando de acordo com a necessidade. Na quarta-feira, vamos ver se colocamos todos para passar para a próxima fase. Depois, veremos o que sobrou - afirmou Felipão.

Por outro lado, o treinador também destacou a melhora no desempenho da equipe desde sua chegada ao Alviverde. Com o empate deste domingo, já são oito jogos de invencibilidade, com três empates e cinco vitórias.

– Se tivéssemos essa equipe de agora no início de junho, quando chegamos, estaríamos brigando pela ponta. Formamos uma base e um bom sistema de jogo nos últimos 30 dias. As contratações chegaram e alguns demoraram para atingir melhor forma física e técnica. Estamos pagando por isso – acrescentou.

Técnico defende time e arbitragem

Com semblante mais tranquilo do que de costume, Felipão colocou panos quentes na má atuação da equipe, elogiou o Ceará e mostrou-se preocupado com a sequência de jogos, apontada pelo treinador como principal causadora da confusão;

– As lesões influenciaram no rendimento da equipe. Não adianta procurar culpados. Hoje, o Ceará jogou uma partida muito boa e precisava desse ponto. Eles estão jogando a permanência na Série A. O resultado foi justo – disse.

Conhecido pela postura sempre divergente quando o assunto é arbitragem, Luiz Felipe Scolari também surpreendeu ao defender o desempenho do árbitro fluminense Rodrigo Nunes de Sá, mesmo com a penalidade de Márcio Araújo em Magno Alves, já no fim da partida, sendo amplamente contestada.

– Se eu fosse o juiz, dava pênalti, sim. A arbitragem foi boa, houve apenas um ou outro lance de dúvida para os dois lados. Não tenho a reclamar – afirmou.