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 | 09/10/2010 07h13min

Candidatura de oposição pode ajudar Luigi






É tudo um tanto complexo, mas vamos lá.

Uma parte da situação do Inter torce pela oposição para retirar do jogo a outra parte, que um dia foi sua cara metade, mas com a qual não quer mais compor. 

O Convergência Colorada, que congrega grupos de oposição, tem 84 cadeiras no Conselho Deliberativo. Ao todo, o colegiado conta 343. Calma: não precisa pegar a calculadora. Dá para entender sem a necessidade de se valer das quatro operações eletronicamente.

O movimento Inter Grande, de Giovanni Luigi, somado ao Coração Colorado, passa dos 130 conselheiros. É o lado mais forte da corda. A porção que Luigi adoraria ver atropelada por um candidato de oposição é a de Affatato, seu adversário na briga pela presidência na condição de situacionista.

Affatato é o líder do União Colorada, com reforço de outro movimento, o Ação Independente. Juntos, União e Ação não batem Luigi, mas suplantam a oposição. Como a cláusula de barreira no Inter é de 25%, não precisa ser nenhum Oswald de Souza para afirmar que Luigi e Affatato, a se confirmar a divisão da aliança que dá as cartas no Beira-Rio desde 2002, iriam para o segundo turno enfrentar o veredicto dos sócios.

Só que matemática e política são artes diferentes.

A candidatura de Luigi trabalha com um cenário de deserções no baixo clero do Ação Colorada. Em troca de mais espaço na futura administração, conquistaria votos junto ao principal aliado de Affatato, levando a oposição ao segundo turno. Com o apoio de Fernando Carvalho, a eleição no universo de 60 mil associados tende a ser tranquila para Luigi. Como se sabe, se Carvalho apoiar o Saci no Inter, ganha o Saci.

A título de estratégia eleitoral, o fortalecimento da oposição neste episódio pode ser uma jogada de mestre. O problema será mais adiante: a parte extirpada remoerá ódios. Imaginará o prato frio da revanche. O que é perigoso para a governabilidade do clube. Mas essa é outra história.

O fato é que uma parte da situação do Inter torce pela oposição para retirar do jogo a outra parte, que um dia foi sua cara metade, mas com a qual não quer mais compor. 

Nem é tão complexo assim, afinal.
É apenas política.

 

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