Mesmo antes de assumir o comando do Grêmio, o técnico Renato Portaluppi nunca escondeu a paixão pelo clube no qual foi campeão mundial como jogador. Após a goleada por 3 a 0 sobre o Vitória, neste sábado em Salvador, o treinador revelou que o sentimento o levou a não estipular uma multa rescisória no contrato com o time do coração. Segundo ele, qualquer outro profissional faria o contrário.

— Se fosse outro (treinador), podem ter certeza que teria enfiado a faca no presidente e da diretoria. Teria se aproveitado financeiramente do momento. Eu não me aproveitei. Pelo contrário, não quis nem multa, porque é meu clube do coração. Eu poderia ter estipulado valores absurdos, mas não o fiz porque sou gremista. Minha felicidade é ver o Grêmio bem – disse o treinador.

O presidente Duda Kroeff confirma. Segundo ele, há uma "relação de confiança" entre técnico e diretoria.

— O Renato realmente está trabalhando no clube que ele ama, e isso tem influência — afirma o dirigente.

O treinador ainda não pensa se continuará ou não no Estádio Olímpico na próxima temporada, o que terá relação direta com o resultado da eleição para a presidência do clube. O treinador salienta que a maior preocupação é o objetivo à frente da equipe no Brasileirão.

– Nem parei para pensar. Meu trabalho era tirar o Grêmio da zona, não deixar o Grêmio cair. Tiramos o Grêmio de lá, e passamos a nos preocupar em nos distanciar da zona do rebaixamento. Hoje começamos a pensar na Sul-Americana, ainda vemos a Libertadores muito longe. Mas o importante é a tranquilidade de ter tirado o grupo lá de trás – declarou.