Esportes | 29/09/2010 17h05min
A partir desta sexta, os clubes terão de usar o Transfer Matching System (TMS), um sistema online, para realizarem transferências internacionais de jogadores. A medida da Fifa visa ampliar o controle sobre as negociações. O clicEsportes ouviu três empresários do futebol brasileiro. Eles divergiram em algumas opiniões, mas concordaram em um ponto: a grande vantagem é evitar que menores de idade mudem de país para jogar futebol.
– Melhor coisa não podia ter acontecido no futebol brasileiro – comemora Jorge Machado, que acredita que a nova lei vai prejudicar os agentes "picaretas".
Um exemplo recente desta prática é o assédio que o garoto Andrigo, do Inter, vem recebendo de clubes estrangeiros aos 15 anos. Gilmar Veloz garante que nunca ouviu de dirigentes a proposta para negociar um jogador com menos de 18 anos para atuar em outro país. Mesmo assim, ele comemora o novo regulamento, e alerta para quem considera os principais responsáveis por este tipo de negócio:
– Quem cria esta artimanha não são os clubes brasileiros. São os europeus. Então quem deve ser supervisionado são os clubes europeus. Alguém absorve estes meninos. É muito fácil falar que está tudo errado aqui, mas estes guris vão para lá e não voltam – diz o agente, que comemora a obrigatoriedade do TMS. – É bom para quem trabalha certo.
Já Giuseppe Dioguardi aponta que, em alguns casos, a transferência internacional de menores não é proibida. Mesmo assim, ele comemora a ampliação do controle sobre as negociações, afirmando que tudo o que for feito para tornar os negócios mais claros "para os leigos, os que vêem de fora" é bem-vindo.
– Existe algumas brechas na lei. Se os pais forem morar na cidade do clube, os negócios podem ser feitos – afirma o empresário.
Quem preenche o TMS são os clubes. Segundo Dioguardi, os agentes sequer têm acesso ao sistema. Especialista em transferências internacionais, o vice-presidente do Inter, Fernando Carvalho, afirma que a nova maneira de realizar as transações será benéfica a todos os envolvidos nos negócios.
– Isso é um avanço. Excelente, se contempla tudo isso (informações sobre o jogador, valores, origem do dinheiro, comissões). É uma maneira de as transações ficarem claras, garantir maior transparência para todos os envolvidos – declarou o dirigente colorado.
Negociações podem ser bloqueadas
De acordo com o comunicado divulgado pela Fifa, as transações serão "bloqueadas" caso os clubes envolvidos apresentem dados divergentes. São 30 diferentes informações, entre elas valores e pagamentos. Gilmar Veloz acredita que esta medida não fará diferença, pois discrepâncias de valores não acontecem no futebol.
– Trabalho há 30 anos no mercado europeu e nunca ouvir falar nisso. Como vou anunciar que te comprei por 20 e você dizer que recebeu um? Isso é uma grande bobagem de quem não conhece futebol – afirma.
Giuseppe Dioguardi, por sua vez, elogia a medida.
– Estes desencontros de informação que poderiam acontecer não ocorrerão mais – argumenta.
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