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 | 01/09/2010 15h53min

Corinthians reafirma: não investirá na ampliação do novo estádio para a Copa

Marketing do clube diz que Fifa, CBF e governo paulista terão que arcar com tais despesas

O futuro estádio do Corinthians será construído para o torcedor corintiano, e não para a Copa do Mundo de 2014. Na coletiva de imprensa que detalhou o projeto do Fielzão, o diretor de marketing do clube, Luis Paulo Rosenbetrg, reafirmou a posição de Andrés Sanchez durante os últimos dias: se Fifa, CBF e governo paulista quiserem fazer do novo palco corintiano a sede do próximo Mundial, terão de pagar pela ampliação.

Pelo projeto inicial, a capacidade do estádio será de 48 mil lugares. Para a abertura da Copa, em 2014, serão necessários pelo menos 65 mil lugares. Espaço e pré-definição no projeto do Corinthians já existem, mas não há qualquer vontade nem dinheiro para isso.

– O que está decidido é que o Corinthians não coloca um vintém. O estádio é resultado de uma calibração financeira. Cada real que consumir nosso futuro palco para ser sede na Copa terá de ser custeado por alguém. Vamos chamar a CBF e dizer: 'Quem vai assumir o processo? Seu Henry? Vem aqui, Seu Henry, o que você quer? O que vai custar a mais por isso? Como faremos? Aí, sentaremos com o pessoal da construtora, com nosso arquiteto e resolveremos depois – afirmou Rosenberg.

– Sabemos bem o que nos custou o descontrole administrativo. Nosso projeto nunca falou de Copa. Durante a maior parte do tempo, queríamos o Pacaembu e falamos que o Morumbi seria o palco ideal, depois se viu que não é rentável. Agora, com esse de 'Ou é aqui ou não é', caiu como um meteorito.

Ele nasceu sabendo que poderia chegar a 70 mil lugares, mas apenas em 2033. Não tenho nada acertado com a Odebresch. Não vou tomar um empréstimo para fazer Copa. Se é um problema da Fifa, do governo paulista e da CBF, não sei como farão isso. Ele está programado nos padrões Fifa porque vai receber várias finais de Copa Libertadores – completou o diretor de marketing.

De acordo com Anibal Coutinho, arquiteto responsável pela obra, a adequação do projeto à capacidade necessária e pedida pela Fifa é possível, já que a ampliação está prevista.

Naming rights: 'desconhecimento' dá confiança ao Corinthians

O naming rights (propriedade sobre o nome do estádio) será usado pelo Corinthians como parte principal do pagamento do futuro estádio, que será construído em Itaquera. Pelo acordo com a construtora Odebrecht, o departamento de marketing do clube vai vender o naming rights para uma empresa e repassará o dinheiro à construtora que, assim, vai pagar o empréstimo junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). No Brasil, a prática não é nova, mas não tem exemplo bem-sucedido.

Recentemente, a diretoria do Atlético-PR fez um acordo com a operadora de telefonia Kiocera, que comprou a propriedade sobre o nome do estádio, chamado nas últimas décadas por Arena da Baixada.

Por tradição, poucas pessoas e empresas de mídia chamavam a moderna arena do Furacão pelo nome da empresa. Para Luis Paulo Rosenberg, fator fundamental para que o naming rghts do futuro Fielzão seja valorizado pelas empresas interessadas.

– É difícil um estádio que é chamado há muitos anos de uma maneira, como Parque Antártica ou Morumbi, conseguir ser vendido com outro nome. Se você nasceu Bernardo e é chamado assim há anos, jamais poderá ser chamado Leonardo. O nosso, não. É virgem, vai crescer e nascer com essa belezura que mostram as maquetes. É um outro jogo – afirmou o diretor de marketing.

O valor que poderá ser arrecadado? Segundo os representantes do clube e da empresa, é impossível calcular. Além da situação inédita no futebol brasileiro, de uma arena nova, fatores como palco da abertura do Mundial e rivalidade entre as empresas de um mesmo ramo podem ajudar na equação dos valores.

– Se vai valer R$ 35 milhões por ano para a gente equalizar o valor total em 10 anos? Não sei. Nem Cristo pode dizer isso. Não temos como comparar com nada. A nossa camisa não valia mais do que a do Milan, um ano de conquista da Copinha não vale o mesmo de uma conquista de Libertadores. Esse valor não está definidido – afirmou Rosenberg, que ainda completou.

– Não estou preocupado em vender isso agora. Tenho um ano para fazer isso e mais três para começar o pagamento junto ao BNDES. Quando tivermos alguns tijolos, a gente começa a conversar sobre essa venda do naming rights.

Em tempo: Alianz Arena, do Bayern Munich (ALE), e Emirates Stadium, do Arsenal (ING), nasceram com tais nomes e são chamados por toda mídia e torcida dessa maneira.

LANCEPRESS
 
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