Em condições normais de gramado natural e temperatura, o Inter estaria mais confiante para o jogo de ida da decisão da Libertadores, às 21h50min, contra o Chivas, no Estádio Omnilife, em Zapopan, cidade vizinha a Guadalajara. Ainda que a equipe tenha realizado dois treinos na grama sintética, o "pasto" (como eles chamam o gramado aqui) ainda perturba o Inter para voltar do México em vantagem e festejar o bi no Beira-Rio.

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Ontem pela manhã, após o primeiro treinamento no estádio, alguns jogadores acordaram se queixando de dores. O piso é bem mais duro do que o dos gramados naturais, exigindo maior esforço de joelhos e panturrilhas. Saltar para o cabeceio e aterrissar chega a se transformar em ameaça para as articulações.

— O piso é muito duro mesmo, mas isso não deverá acarretar maiores problemas. Os jogadores já conseguiram se acostumar minimamente ao campo — comentou o auxiliar técnico do Inter, Humberto Ferreira.

Já o vice de futebol Fernando Carvalho ainda guarda restrições com relação ao gramado sintético. Não gostou de ter que decidir a Libertadores em um cenário diferente do habitual. Teme prejuízos técnicos ao time, em especial com relação ao toque de bola.

O quique irregular, por causa do material sintético, dá um efeito diferente ao da grama:

— O problema é que, mesmo tendo treinado, não temos um parâmetro. Não sabemos dos efeitos do gramado em 90 minutos de jogo.

Por isso, Roth deverá prender laterais e volantes no começo, reforçando a defesa. A ideia é contra-atacar com a velocidade de Taison e os lançamentos de D'Alessandro e Giuliano.

— Não entendo por que usar este piso na decisão da Libertadores. Assim não pode haver favorito — disse Roth.

Mas o Chivas também tem receio. Ontem, o técnico mexicano José Luís Real lembrou que o Chivas disputou apenas um jogo no Omnilife (vitória por 3 a 2 sobre o Manchester United, em amistoso), e que também teve problemas para controlar a bola.

O treino de ontem demonstrou um Inter mais à vontade com o gramado sintético. Talvez o temor de jogar num piso desconhecido esteja passando aos poucos. O treino, que deveria ter a sua primeira parte com portões fechados, acabou sendo aberto. A Fox, dona dos direitos de transmissão para o México, fazia ao vivo a coletiva do Chivas. O que acabou obrigando o Inter a abrir o seu treinamento.

No rachão de 40 minutos, o grupo visivelemente ficou mais à vontade. Mesmo a bola, que quica e pode fugir para qualquer lado, pareceu estar mais mansa. Até a velocidade desta espécie de Jabulani da Libertadores acabou melhor controlada — ainda que ela não role normalmente.

O Inter já sabe que uma possível chuva poderá acelerar a bola na grama sintética do Omnilife, mas não tornará o piso tão mais veloz assim. Antes do treino, um funcionário do estádio comentou que o gramado sempre é molhado antes das partidas. Não para beneficiar os atacantes mexicanos, mas evitar que os farelos de borracha — utilizados para impedir que o campo fique ainda mais duro e amortecer as quedas — saltem a cada quique da bola. Com ou sem obstáculos sintéticos, o Inter precisa trazer vantagem da viagem ao México.

O grito do Beira-Rio há de se encarregar do resto.

Regulamento

Não há gol qualificado fora de casa na final. O critério de desempate é o saldo simples. Por exemplo, se der 1 a 1 no México e 0 a 0 no Beira-Rio, a decisão para a prorrogação e, depois, pênaltis.

Escalação

O Inter tem apenas uma dúvida para o jogo desta quarta: o substituto de Tinga. Giuliano e Wilson Matias disputam a vaga, com vantagem para o primeiro.

Em gráfico, saiba tudo sobre o confronto e a grama sintética:

Vídeo especial: o caminho do Inter até a decisão